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Scot Consultoria

Carta Conjuntura - Influenza aviária: pico da doença deve ocorrer em fevereiro


Quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022 - 11h00

Foto: Scot Consultoria


Casos de influenza aviária de alta patogenicidade têm sido registrados com frequência desde meados de outubro/21 na Europa, Ásia e África. Os casos relatados ocorrem tanto em aves de produção quanto em aves silvestres, e têm resultado na morte e descarte desses animais. 


Com base nos dados reportados à Organização Mundial da Saúde Animal (OIE, na sigla em inglês) e no padrão sazonal global determinado para a doença, é possível observar que ocorrem aumentos nas notificações em outubro, com picos de incidência em fevereiro, estando essas oscilações associadas ao movimento migratório das aves. Deste modo, no médio prazo, a projeção é de que o vírus continue se propagando pelo mundo. 


Os casos relatados em 2021 preocupam, segundo a OIE, devido a uma variabilidade genética em relação às incidências em anos anteriores e, por isso, a evolução do vírus precisa ser monitorada para avaliação dos riscos. Nota-se também, grande envolvimento e mortalidade de aves selvagens e consequente risco elevado de introdução do vírus nas granjas por meio de aves migratórias.


Influenza aviária

A influenza aviária, ou gripe das aves, é um doença viral altamente contagiosa, de notificação obrigatória à OIE, que acomete várias espécies. Sua classificação pode ser de baixa patogenicidade, causando pouco ou nenhum sinal clínico, ou de alta patogenicidade, causando sinais clínicos graves e altas taxas de mortalidade, a depender da cepa do vírus. 


A transmissão da doença pode se dar pelo padrão de migração de aves silvestres, comércio não regulamentado de aves, ausência de medidas de biossegurança, manejos errôneos, além do próprio status sanitário do país. O vírus é eliminado pelas aves por meio das fezes ou secreções respiratórias, entretanto, uma vez dentro das granjas, a transmissão pode se dar também por aerossóis, devido à proximidade dos animais. 


Na ocorrência de surtos, o controle do vírus influenza A se dá pelo despovoamento do lote infectado, associado a outras medidas de biossegurança, como controle de movimentação, quarentena, medidas de desinfecção e vacinação de animais. 


Impactos 

Os casos recentemente reportados são, majoritariamente, da cepa H5N1, altamente patogênica, que resultou na perda de aves. 


De acordo com os últimos relatórios da OIE, as perdas de outubro/21 a janeiro/22 em número de aves de produção já somam mais de 7,6 milhões na Europa, 2,3 milhões na Ásia e 169,9 mil na África. 


Se observamos a produção de carne de frango da União Europeia, quarta maior produtora em 2021, que engloba os países mais afetados pela doença, houve uma queda de 1,5% no volume produzido em 2021 em relação ao ano anterior. No mesmo período, as exportações da União Europeia registraram uma queda 12,4% (USDA). Esses fatos se devem, em partes, pela incidência da doença na região. 


Brasil 

O Brasil tem um excelente status sanitário para a doença, nunca tendo registrado casos de influenza aviária em seu território. Em consequência da notória biosseguridade no setor avícola, o produto brasileiro foi bem demandado em 2021, tendo o Brasil aumentado em 7,8% as exportações frente a 2020 (MDIC). 


Para 2022, em decorrência dos problemas sanitários ainda enfrentados em outras regiões, a expectativa de uma demanda internacional firme para a carne de frango brasileira tem se concretizado. Em janeiro foram embarcadas 317,7 mil toneladas, volume 18,3% maior que o mesmo mês em 2021. Em relação ao faturamento no período, a Ásia foi responsável por 40,4%, a África por 9,2% e a Europa por 8,2% (MDIC). 


No entanto, apesar do status sanitário brasileiro ser livre para a influenza aviária, as medidas preventivas devem seguir sendo adequadamente implementadas, de modo que o Brasil continue atendendo seus parceiros comerciais.


Bibliografia 


Departamento de Agricultura dos Estados Unidos - USDA 


Highly Pathogenic Avian Influenza. The Center for Food Security and Public Health, 2006-2016. 


Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior - MDIC 


Organização Mundial da Saúde Animal - OIE



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