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Scot Consultoria

Carta Grãos - O mercado de milho em curto, médio e longo prazos


Segunda-feira, 18 de outubro de 2021 - 12h00

Foto: Scot Consultoria


Artigo originalmente publicado no Broadcast Agro, da Agência Estado, em 11/10/21


Desde agosto, as cotações do milho estão mais frouxas no mercado brasileiro.


Segundo levantamento da Scot Consultoria, na região de Campinas-SP, a referência está em R$93,50 por saca de 60 quilos (15/10), um recuo de 2,1% em trinta dias.


Apesar das quedas em relação a outubro do ano passado, a cotação do cereal está 28,1% maior este ano. Veja na figura 1 a evolução das cotações no mercado físico em Campinas-SP.


Figura 1. Preços do milho em grão no mercado físico na região de Campinas-SP, em R$ por saca de 60 quilos.


Fonte: Scot Consultoria


Fatores de baixa 


Os principais fatores de baixa no mercado brasileiro são: a conclusão da colheita do milho de segunda safra (safra 2020/21) e, consequentemente, o aumento da disponibilidade interna e maior intenção do vendedor em negociar.


Outro ponto é o início da colheita do milho nos Estados Unidos (safra 2021/22) e pressão de baixa sobre as cotações no mercado internacional. De acordo com dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), até 10/10, 41% da área plantada com a cultura fora colhida. A expectativa é de que os norte-americanos colherão 380,93 milhões de toneladas no ciclo atual, frente às 360,25 milhões de toneladas colhidas na temporada passada (2020/21).


Por fim, de volta ao mercado brasileiro, destacamos a suspensão da cobrança de PIS e Cofins na importação de milho até 31 de dezembro/21, segundo a Medida Provisória no.1.071 (Brasil, 2021), publicada em 23 de setembro. A expectativa é que a retirada dos impostos represente redução de 9,25% no custo de importação.


Outra medida tomada neste ano foi a retirada do imposto de importação (8%), a Tarifa Externa Comum (TEC), até o fim de 2021 e a facilitação para as compras de milho geneticamente modificado cultivado nos Estados Unidos.


Com relação às importações brasileiras, o volume médio diário em setembro foi de 19,4 mil toneladas, 176,5% mais que a média de setembro de 2020 (Secex).


Curto prazo


Para o curto prazo (outubro), o viés é de baixa para os preços no mercado interno, com os fatores citados pressionando as cotações.


No entanto, o câmbio merece atenção, pois se o dólar firmar frente ao real, a tendência é de preços sustentados para as commodities agrícolas de maneira geral.


Outro ponto de atenção é com relação ao desenrolar da semeadura da safra brasileira de grãos (safra de verão ou primeira safra), bem como as expectativas com relação à janela de plantio do milho de segunda safra 2021/22. Em caso de atrasos nas chuvas e no plantio da safra de verão, a janela de plantio poderá ser comprometida, como vimos na temporada que terminou (2020/21). Por ora, a a situação está mais positiva, na comparação com a safra passada.


Médio prazo


A baixa disponibilidade no primeiro trimestre no Brasil é um fator de alta sobre os preços nos primeiros meses de 2022.


Lembrando que, basicamente, a oferta nesses períodos do ano é composta pelos estoques de passagem mais o volume que será colhido na safra de verão, que representa menos de 30% do volume produzido no país.


Veja na figura 2, as estimativas de estoques finais de milho no Brasil.


Para o final de 2020/21, estão previstas 5,80 milhões de toneladas, o menor volume desde a temporada 2015/16, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).


Figura 2. Estoques finais de milho em grão no Brasil, em milhões de toneladas.


*estimativas
Fonte: Conab / Elaboração: Scot Consultoria


Longo prazo


Por fim, se confirmadas as estimativas iniciais de aumento na área semeada na segunda safra no Brasil em 2021/22 e o clima colaborar para uma boa produtividade, a tendência é de preços mais pressionados para baixo no segundo trimestre e começo do terceiro trimestre de 2022.


A expectativa da Conab é de aumento de 4,7% na área plantada com milho no Brasil (primeira, segunda e terceira safras) no ciclo 2021/22 e uma produtividade média 27,7% maior, frente à safra passada (2020/21).



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