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Scot Consultoria

Carta Boi - Variações históricas dos preços do boi gordo até maio e outubro


Quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021 - 08h00


O que ocorreu no passado não é o manual de instruções do que está por vir. Ainda assim, em meio a tantas incertezas, ter uma referência do que ocorreu no passado tem a sua utilidade.


Dito isso, analisamos as variações de preços entre janeiro e maio e entre janeiro e outubro, no período de 2000 a 2020.


O que já aconteceu no mercado do boi gordo

Neste primeiro momento usamos a referência de janeiro de cada ano como base 100 para demonstrar as variações ao longo dos anos.


Essas foram agrupadas em anos de descarte e de retenção de fêmeas, além de um grupo geral e os extremos observados (maiores altas e maiores quedas).


O critério para definir um ano como de descarte foi o aumento ou a diminuição da participação de fêmeas nos abates, frente ao ano anterior.


Por exemplo, a figura 1 traz o valor de 95,2, o que indica que, na média dos anos de descarte de fêmeas, a cotação de maio foi 4,8% menor que a de janeiro (índice de 95,2, sendo janeiro a base 100). Nesse mesmo grupo (descarte), o preço em outubro foi, em média, 2,6% maior que a cotação de janeiro.


Figura 1. Referências de preços em maio e outubro, tomando janeiro de cada ano como base 100.



Fonte: Scot Consultoria


Os grupos extremos mostram os menores valores de maio e outubro (frente a janeiro) e os maiores, ou seja, as maiores variações registradas, desde 2000.


A menor média de maio, em relação a janeiro, representou um recuo de 10,9%, enquanto o maio mais positivo teve preço médio 8,5% maior que o de janeiro, e assim por diante.


Em preços atuais

A seguir, vamos converter os índices, com base em janeiro de 2021, que teve cotação média de R$280,66/@, considerando o preço livre e à vista. Ou seja, quanto representariam em preços atuais as variações apresentadas.


Aqui cabe um destaque que, pelas altas fortes de janeiro, a média ficou bem abaixo da cotação vigente no final do mês (R$293,50/@, nas mesmas condições). O uso da média foi mantido, pois foi a referência aplicada na série histórica, mas já esse patamar do começo de janeiro é um ponto a ser lembrado na interpretação dos dados, pois uma parte do movimento de alta já ocorreu.


Os resultados estão na figura 2. Pelo que já foi visto, com base nas variações apresentadas e no preço médio em janeiro, temos os seguintes valores.


Figura 2. Referências de preços em maio e outubro, ajustadas a partir dos índices apresentados e da média de janeiro de 2021, e mercado futuro.



Obs: Cotações do mercado futuro na manhã de 1/2/21.
Fonte: B3 / Scot Consultoria


Pela variação média de anos de retenção, a cotação em maio equivaleria a R$286,19/@, à vista, livre de imposto. Para outubro, nesse mesmo grupo (anos de retenção), teríamos algo em torno de R$322,19/@, nas mesmas condições.


Os extremos observados para maio equivaleriam de uma amplitude de R$249,94/@ a R$304,40/@, à vista, no pior e melhor ano desde 2020. Para outubro o pior movimento foi o equivalente a R$259,75/@ e o melhor foi R$376,88/@, à vista.


As duas últimas barras representam os preços no mercado futuro no final da manhã de 1/2/21.


Expectativas

O mercado futuro está precificando um maio próximo da movimentação média de anos de retenção, mas para outubro está perto da média de anos de descarte.


Há muita água para rolar e incontáveis variáveis à mesa, mas é possível que as cotações para outubro, embora já em alta, ainda estejam pessimistas, ainda mais quando consideramos que o patamar do preço físico atual (início de fevereiro) já é superior ao valor do contrato de outubro.


Garantir preços mínimos é uma estratégia sempre interessante, se o custo for razoável, mas atualmente os preços do segundo semestre estão tímidos.


Temos casos recentes de peste suína africana na China, o que pode influenciar negativamente a retomada da produção de carne suína no país, aumentando a demanda por importações, beneficiando as vendas brasileiras.


A evolução da imunização contra a covid-19 no Brasil e no mundo vai ajudar a dar o tom, tanto do câmbio (por sua vez, das exportações), como da demanda doméstica. Vamos acompanhando.



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