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Scot Consultoria

Carta Boi - Vacas, urnas e dólares


Quinta-feira, 11 de outubro de 2018 - 08h50


Na semana de 1 a 5 de outubro ocorreu o Encontro dos Encontros da Scot Consultoria, em Ribeirão Preto-SP. O evento englobou o Encontro de Criadores, o Encontro de Adubação de Pastagens e o Encontro da Pecuária Leiteira.


As incertezas quanto ao cenário econômico foram ponderadas no evento, assim como a importância da melhoria da produtividade, para incrementar os resultados, a margem, e garantir lucro mesmo em tempos de vacas magras.


Além da produtividade, temos um cenário cuja expectativa é de redução da oferta de bovinos de reposição, o que tende a valorizar o bezerro. Com preços mais atrativos, a rentabilidade da cria deve aumentar, o que tende a gerar interesse na atividade, com retenção de fêmeas e valorização de animais terminados.


Abates no primeiro semestre


Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os abates de bovinos no primeiro semestre somaram 15,5 milhões de cabeças, um aumento de 4,3%, na comparação com o mesmo período do ano anterior.


O abate de  fêmeas cresceu 8,2%, atingindo 7,0 milhões de cabeças nos primeiros seis meses de 2018, considerando vacas e novilhas. Os abates de machos subiram 1,3%, considerando a mesma comparação entre semestres.


Do total, nesse intervalo, as fêmeas compuseram 45,5% do total abatido, frente a 43,9% no mesmo período de 2017. 


A figura 1 exibe a variação dos abates de fêmeas, comparando os primeiros semestres de cada ano, com os mesmos períodos dos anos anteriores, além das variações reais de preços em São Paulo.


Figura 1.
Variação dos abates de fêmeas nos primeiros semestres (frente ao mesmo período do ano anterior) e variações de preços do bezerro e boi gordo, deflacionados, em São Paulo.
Fonte: IBGE / Elaboração: Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br


Após os períodos de aumento do abate de vacas e novilhas, tem-se redução da oferta de bezerros, o que provoca um aumento de preços para essa categoria animal. É a base do famoso ciclo de preços pecuários.


Por exemplo, depois da redução dos abates de fêmeas em 2015 e 2016, tivemos desvalorizações dos bezerros em 2016, 2017 e preços contidos em 2018, considerando a média até outubro.


Considerações finais


A tendência é que as cotações ganhem força com a redução da oferta de categorias jovens. Isso deve gerar menor oferta de fêmeas para abate, diminuindo a disponibilidade de carne e pressionando os preços.


Do lado da demanda, a expectativa com o resultado eleitoral mais provável no momento é de consumo doméstico continuando a recuperação em 2019, mas com o câmbio menos atrativo para exportações.


Lembrando que os recuos recentes do dólar têm estimulado o apetite dos exportadores por gado, mas as exportações têm peso limitado, quando consideramos o cenário geral e menos pontual.



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