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Scot Consultoria

Carta Insumos - Comportamento do farelo de algodão em 2018


Terça-feira, 31 de julho de 2018 - 14h30


O farelo de algodão é o subproduto que deriva da moagem do caroço de algodão e é o segundo principal insumo proteico que constitui a alimentação de bovinos, ficando atrás somente do farelo de soja.


Em 2017 o consumo nacional de farelo de algodão foi de 667,7 mil toneladas, sendo que desse total 55,3% foi destinado à pecuária de corte (369,4 mil toneladas) e 44,6% destinado a pecuária leiteira (298,3 mil toneladas). (Sindirações)


No que diz respeito à produção, o Brasil é o quinto produtor mundial de algodão, e a estimativa da safra 2017/2018 é recorde. O último relatório da Companhia Nacional de Abastecimento, prevê produção de 1,96 milhões de toneladas de pluma e 4,91 milhões de toneladas de caroço.


Isso significa aumento de 28,3% (1,1 milhão de toneladas a mais) na produção de caroço de algodão frente à safra 2016/2017, puxado principalmente pelo acréscimo da área plantada nessa temporada, que foi 25,2% maior que a passada.


A colheita do algodão está em andamento, segundo dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA), até o final da terceira semana de julho 8,68% da área havia sido colhida. 


Mesmo com a colheita, os preços de farelo de algodão se mantem firmes, acompanhando o balizador de preços de alimentos proteicos, o farelo de soja, que está com viés de alta desde janeiro e está cotado em média, em R$774,53/tonelada, em julho. Figura 1.


Figura 1.
Preço do farelo de algodão e farelo de soja, reais por tonelada, em São Paulo. (2018)
Fonte: Scot Consultoria


Vale ressaltar que essa alta nos preços do farelo de soja, são consequências de fatores como, valorização do dólar, conflito comercial entre Estados Unidos e China, quebra de safra Argentina, clima adverso nos principais estados brasileiros produtores e atualmente clima adverso nas regiões produtoras dos Estados Unidos, nosso principal concorrente no mercado internacional.


Seguindo o caminho do farelo de soja, esse ano também se mostra como um ano de alta nos preços do farelo de algodão. De acordo com levantamento da Scot Consultoria, o farelo de algodão está 9,5% mais caro frente ao mesmo período de 2017 (julho de 2017).


Quanto a relação de troca, o poder de compra do pecuarista diminuiu em relação ao início do ano.


Considerando o estado de São Paulo, atualmente são necessárias 5,44 arrobas de boi gordo para a compra de uma tonelada de farelo de algodão. Figura 2.


Figura 2.
Relação de troca: arrobas de boi gordo por tonelada de farelo de algodão em São Paulo.
Fonte: Scot Consultoria.


No início do ano essa relação era de 4,11, ou seja, são necessárias 1,33 arroba de boi gordo a mais para aquisição de uma tonelada do insumo em sete meses. Isso devido à queda do preço da arroba e ao aumento nos preços do farelo de algodão.


Para os próximos meses, de entressafra do boi gordo, quando os bovinos necessitam de suplementação, os preços do farelo de algodão deverão permanecer firmes.


Para a cotação da arroba do boi gordo, o viés também é de alta, e a expectativa é de firmeza nos próximos meses, equilibrando possivelmente a relação de troca com o farelo de algodão.



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