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Scot Consultoria

Carta Insumos - Desembolso com insumos para produzir boi em terras arrendadas


Sexta-feira, 22 de dezembro de 2017 - 15h30


O aluguel de pastagem, em praticamente todo o país, varia de R$20,00 a R$30,00 por cabeça por mês para bovinos em sistema de recria e de R$30,00 até R$45,00 para bovinos erados, em terminação. Os valores maiores são para propriedades com pastagem bem formadas, que geram desempenhos maiores, com boas cercas, tronco de contenção e etc...


Isso é mercado. Informação pronta. Basta uma conversa com o vizinho, com o vendedor da revenda ou com o comprador do frigorífico para saber o preço de arrendamento, onde tem área disponível, quem é o dono, para quem ele arrendava, a condição do pasto e por aí vai.


Mas, o que mais se houve de quem faz conta e, consequentemente, ganha dinheiro com pecuária, é que boi não dá lucro só “no capim” e boi precisa engordar rápido. Portanto, saber o quanto vai pagar pelo arrendamento é muito pouco. E não são poucas as consultas que recebemos para saber quanto “a mais” se gasta de insumos para engordar um boi em pasto arrendado. 


Diante disso, simulamos um sistema de recria e engorda em pastagem alugada. Mas, iremos retirar dos cálculos de desembolsos o que se paga pelo arrendamento. Nosso foco serão os custos variáveis relacionados aos insumos.


Para isso, consideramos um bezerro comprado em julho de 2015, com 210 quilos, suplementado com mineral nas águas e suplemento proteico nas secas, ganhando uma média de 450 gramas por dia. Foram realizadas duas vermifugações, em maio e novembro, juntamente com as vacinações de aftosa. O preço destes itens foi obtido pela média das cotações de alguns produtos comerciais, disponíveis no mercado.


A mão de obra foi considerada a preço de mercado, na proporção de um vaqueiro para mil cabeças.


O resultado é um desembolso médio, durante todo o período, de R$14,15/mês. Durante o período de recria, entre 210 e 360 quilos, estima-se uma despesa média de R$11,25/mês e no período final da engorda, na terminação, de R$16,17/mês.


Como qualquer estimativa de custos de produção, o que apresentamos aqui é uma simulação e, embora os parâmetros técnicos médios estejam dentro do que se espera usando o manejo descrito, há outros modelos, com resultados diferentes. Veja a figura 1.



A suplementação, em qualquer sistema intensivo de recria e engorda em arrendamento, certamente irá compor a maior parte dos custos (figura 2).



Veja agora, na figura 3, como se dá a sazonalidade destes desembolsos. 


Note que nos períodos de seca ocorre um aumento de custo, já que a suplementação proteica, mais cara, entra no sistema. Além disso, em maio, há incremento de despesas com vacinação de aftosa e vermifugação.


Outro ponto que influencia estes desembolsos é que, à medida que o animal ganha peso, o volume de suplemento consumido e de endectocida aplicado aumentam.



Por fim, nas condições descritas, em dezembro de 2017 este animal terá atingido 590,3 quilos de peso vivo. Para isso, foram gastos R$409,88 em insumos e mão-de-obra.


Conclusão


Se considerarmos todo o investimento e desembolso necessário (compra do bezerro, arrendamento e insumos), estes insumos representarão pouco mais de 16% dos custos operacionais totais. Ou seja, “muito pouco dinheiro” para economizar, especialmente sabendo que é isso que determinará o sucesso ou prejuízo da operação.



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