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Carta Boi - Peso de carcaça versus relação de troca


Terça-feira, 3 de outubro de 2017 - 16h15


Com o passar dos anos, a média de peso dos bovinos aumentou. Segundo dados da pesquisa trimestral de abate de bovinos, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o peso médio dos machos abatidos nos últimos dez anos é de 17,95@, uma arroba a mais em relação à década anterior, como mostra a Figura 1 (abaixo). Mas, apesar desse aumento, a relação de troca com um bezerro não melhorou. Ao longo dos anos, observamos a necessidade de aumentar a quantidade de arrobas de boi gordo para comprar um bezerro, especialmente na década de 2010, como mostra a figura 2 (para efeito de cálculo, consideramos um bezerro de 7,5@. Os traços em cor representam as médias a cada década).




Um dos motivos que explica o aumento do peso da carcaça foi a evolução dos índices técnicos, resultado da aplicação de tecnologia, sobretudo na fase de terminação das boiadas. Outra razão ditada pela necessidade de fazer frente ao aumento dos custos, foi o aumento da produtividade (do peso), para baratear o custo de produção. Como na atividade de cria é difícil e limitado aumentar a produtividade (com aplicação de tecnologia) na mesma velocidade da recria e engorda, houve um aperto nesta relação para o recriador. Apesar desse cenário vir acontecendo há anos, a perda aguda do poder de compra ocorreu a partir dos anos 2000. A relação de troca, que era de 7,25@ de boi gordo em janeiro de 2000, subiu para 10,01@ em dezembro de 2015 (a figura 3 traz a relação de troca mostrada no gráfico 2, mas a partir do ano 2000).



E quanto a 2017? Até a quarta semana de agosto, eram necessárias 8,58@ de boi gordo para a compra de uma cabeça de bezerro. Em relação ao mesmo período do ano passado, a relação de troca caiu 2,5%. Na fase de queda do ciclo pecuário de preços, a cotação do bezerro cai com mais intensidade que a cotação de boi gordo e melhora a relação de troca para o recriador. Na fase de alta ocorre o contrário, a cotação do bezerro sobe com mais velocidade que a cotação do boi gordo (piora na relação de troca para o recriador).


Considerando a perspectiva histórica, o peso da carcaça do rebanho bovino brasileiro melhorou ao longo do tempo. Essa evolução técnica, contudo, não permitiu que a reposição do rebanho, através da compra de bezerros, melhorasse; aliás, a relação de troca piorou. Apesar desse quadro, o cenário indica melhora no poder de compra do recriador em relação a 2015, uma vez que, para 2017, a expectativa é de aumento da oferta de bezerros.



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