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Scot Consultoria

Carta Insumos - Confinamento. Preço do boi na B3 animou, mas insumos deram o empurraozinho final


Quarta-feira, 30 de agosto de 2017 - 16h40


O cenário para o confinamento mudou a partir de meados de julho com a forte recuperação dos preços na Bolsa B3. A operação, que antes entregava prejuízo, passou, não somente a ser positiva, mas a garantir margens interessantes ao confinador. Veja a figura 1.



Embora a cotação na Bolsa tenha sido o principal fator que “destravou” a operação, ao mesmo tempo, uma “enxurrada” de boas oportunidades de compra, que garantiriam custos interessantes, apareceram para quem correu atrás do prejuízo e conseguiu comprar insumos e boi magro, preparar o confinamento, a equipe, estruturar as operações de mercado futuro, tudo em tão pouco tempo, e iniciar a operação.


A começar pelos preços dos principais insumos utilizados na dieta, que compõem cerca de 70,0% dos custos operacionais efetivos. Milho e farelo de soja atingiram os menores preços do ano, e ficaram, respectivamente, 42,7% e 21,5% mais baixos do que em agosto de 2016.


O recorde da safra brasileira de soja, o aumento na produção do milho em relação a safra anterior e as recentes notícias de que o clima nos EUA ajudará a safra por lá, derrubaram as cotações destes insumos. O furacão no final de agosto não atingiu as áreas produtoras de milho e soja nos EUA.



 Além disso, se o preço da arroba para outubro na B3, R$140,00, atingido em meados de agosto, estava ainda 8,9% menor que a cotação no mercado físico em outubro de 2016 - o que poderia gerar algum questionamento sobre fixar o preço da arroba ou não - o confinador que pensa em deixar a boiada 90 dias no cocho, comprou milho e farejo em agosto com uma queda de preços, em doze meses, de três a cinco vezes maior que a registrada para o boi no mês de venda (outubro). 


Em resumo, o pecuarista que usou a bolsa garantiu que o custo com insumos caíra significativamente mais que a receita em um ano.


Outra abordagem seria, que a cotação dos insumos incentivou ainda mais o confinamento neste último mês, pois a relação de troca melhorou. Montamos uma relação de troca entre o preço pago pelos ingredientes da dieta em agosto e o de venda da arroba quando este boi estiver pronto em outubro.


Para visualizar a condição apresentada em agosto de 2017, comparamos o resultado de anos anteriores, considerando a cotação do mercado físico do boi em outubro, ano a ano, de 2010 a 2016 e, para 2017, usamos o contrato futuro de outubro, cuja cotação estava em R$140,00.


Quem fixou o preço de venda em R$140,00/@, obterá receita suficiente pagar 5,40 sacas de milho, a melhor condição desde 2014. Além disso, com 7,66 arrobas vendidas será possível quitar uma dívida contraída com compra de uma tonelada de farelo de soja, o melhor poder de pagamento desde 2011.


Ou seja, embora a explosão dos preços da arroba na bolsa nos contratos de outubro e novembro, que saíram de R$119,00 em junho para mais de R$140,00 em agosto, chamem a atenção, não se pode ignorar que os insumos foram grandes facilitadores para quem confinou ou confinará neste segundo giro.



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