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Scot Consultoria

Carta Insumos - Resultado do confinamento em 2016. Uma lição para a atividade em 2017


Terça-feira, 24 de janeiro de 2017 - 17h10

 


Recebemos de um leitor, motivado pela divulgação do Encontro de Confinamento e Recriadores da Scot Consultoria, que acontecerá em abril, a seguinte pergunta: qual foi a TIR média desse ramo de atividade (confinamento) no ano passado?


E, como os leitores são a nossa fonte de pautas, trazemos um resumo do resultado da operação em 2016.


Primeiro, é bom lembrar que o confinamento, por ser uma operação de “tiro curto”, sendo a compra, a operação e a venda da boiada realizadas em um mesmo ano, o resultado reflete, fielmente, as condições de mercado daquele ano. Diferente de uma recria e engorda em pasto, por exemplo, que se estende em média por dois a três anos, e no final, o que “sobra” é uma combinação entre condições produtivas e variações do ambiente de negócio de todo este período.


Diante disto, em 2016 tivemos um cenário de custos em alta, com a cotação do boi magro em patamares historicamente elevados (veja figura 1) e milho, o insumo que determina a maior parte dos custos operacionais, com recorde de preços reais. Para completar, a queda do consumo de carne não “deixou” o preço da arroba subir.



Assim, expostos estes fatores, o confinador que operou somente no mercado físico, ou mercado spot, que comprou e vendeu sem garantia de preços, passou por momentos não muito interessantes em 2016.


Veja a tabela 1. Nela, está representada a Taxa Interna de Retorno (TIR) da operação realizada entre maio e julho e entre setembro e novembro, primeiro e segundo giro do confinamento, respectivamente. O preço de compra do boi magro utilizado foi o do mês anterior à entrada da boiada no cocho e o de venda do boi gordo foi a média do último mês do confinamento.


O custo da diária, que inclui dieta e custos operacionais, é o item com maior possibilidade de variação dentro da equação do confinamento, a depender da composição da dieta, fornecedor de insumo, etc. Por isso, utilizamos na simulação duas possibilidades, diárias de R$8,50 e R$9,50 por cabeça, vigentes dentro do intervalo observado para o estado de São Paulo.



Observe na tabela 1 que, ou a operação entregou prejuízo (com a diária “mais cara”) ou os resultados positivos não justificavam assumir o risco inerente à atividade. 


Algumas ressalvas importantes. Na tabela 1, trata-se de simulações, as possibilidades não se limitam a estes resultados, embora eles expressem bem o que ocorreu no último ano. 


Outra coisa, estas simulações não são somente para o confinador exclusivo, aquele que comprou o bovino para colocar no cocho. Conhecer o resultado de cada sistema isoladamente (cria, recria e engorda em confinamento) é condição fundamental para identificar as potencialidades e os gargalos da fazenda. E isso só é possível utilizando os preços de mercado (de compra e venda).


Mas, voltando ao tema central, apesar destes resultados estreitos, houve oportunidades para ganhar dinheiro com o confinamento. O mercado futuro ofereceu isso. Entre maio e junho o contrato de venda de novembro variou ao redor de R$167,00, mais de 11,0% acima do preço efetivo no mercado spot daquele mês. Veja na tabela 2 a simulação para quem usou a ferramenta. O resultado foi bom. 



Note que os resultados (TIR) apresentados na tabela são competitivos com outras oportunidades de mercado. Anualizando, os 3,74% ao mês equivalem a 44,8% ao ano. 


Em resumo, o cenário geral foi de resultados ruins para o confinador, mas aquele que fugiu do risco e percebeu a oportunidade que surgia no mercado futuro, se deu bem.


E vem mais desafio por aí em 2017. O cenário que começa a ser desenhado é parecido com o do ano anterior. Por enquanto, há só incertezas.


O que aconteceu em 2016 é um farol para as incertezas de 2017. Havendo oportunidade, minimize o risco.



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