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Scot Consultoria

Carta Insumos - Economia em insumos e em operações mecanizadas encarecem a pecuária


Quinta-feira, 24 de novembro de 2016 - 09h00


A época de investir na reforma e recuperação da pastagem chegou.


Um pasto bem estabelecido, além de garantir boa lotação, ganho em escala e, consequentemente, maior diluição de custos fixos, garante também receita e permite depreciar esse investimento em mais tempo, o que garantirá um menor aprovisionamento de caixa por ano para o reinvestimento.


Na tabela 1 está a estimativa de custo de formação de um hectare de pasto de Brachiaria brizantha cv. Marandu considerando as recomendações técnicas médias levantadas com agentes-chave para uma área de alto suporte.



Em nossas pesquisas, apuramos que existem, com uma frequência considerável, formações de pastagens que são feitas baseadas exclusivamente em duas operações, gradagem pesada e semeadura, cujo custo por hectare fica entre R$550,00 e R$650,00, quase quatro vezes menos do que o investimento necessário para uma operação completa.


Isso pode dar a impressão de economia e, muitas vezes, dependendo da forma em que for feita a apuração de custos, aumenta ainda mais a certeza do “pecuarista ruim” de que está sendo feito o correto.


Veja o porquê. Se considerarmos que o pasto de R$600,00/ha dure, em média, dez anos – não é incomum que a vida útil seja menor que isso -, a depreciação anual seria em R$60,00/ha/ano contra R$94,31/ha/ano para o pasto bem formado se este durar o dobro, vinte anos. “Boa notícia” para quem gosta de economia a qualquer custo.


Mas, indo além, até onde é preciso ir para uma correta apuração de custo, se produzirmos, pelo menos, 15 arrobas por hectare no pasto de R$1.886,16/ha, teremos um custo de depreciação por arroba de R$6,29. E, quando se produz seis arrobas por hectare/ano, número próximo da média brasileira, na área em que foi feita a formação com grade e semente, mesmo sendo um sistema cujo desembolso foi menor, o peso da depreciação no custo por arroba sobe mais de uma vez e meia, chegando a R$10,00.



São simulações, não tratam de ensaios a campo, e o intuito é mostrar que uma depreciação maior e uma produtividade maior tendem a “baratear” o negócio, e isso só é possível quando se investe mais.


Diante desse exercício, produzir gastando menos, buscando o menor desembolso em insumos e economizando nas operações mecanizadas, acaba comprometendo o resultado do negócio.


O gargalo da correta produção pecuária está, por vezes, nos erros de apuração de custos, resultados e retorno da tecnologia, isso, quando se apura o custo, cuidado que não é comum na pecuária nacional.



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