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Scot Consultoria

Carta Leite - Balanço da pecuária leiteira no primeiro semestre de 2016 e expectativas


Terça-feira, 12 de julho de 2016 - 10h00


O primeiro semestre foi marcado pela alta do preço do leite ao produtor. Em todos os meses, os valores ficaram acima da média registrada em igual período do ano passado (valores nominais).


A produção em queda e a concorrência entre as indústrias têm dado sustentação às cotações, mesmo em um cenário de demanda interna patinando. Fatores como a alta dos custos de produção e clima adverso em importantes regiões produtoras derrubaram as captações e desenharam este cenário.



Segundo levantamento da Scot Consultoria, no pagamento de junho, referente ao leite entregue em maio, o preço médio do litro de leite ficou em R$1,108.


Frente ao mesmo período do ano passado, significa um aumento de 16,6%, em valores nominais.


Considerando a média de janeiro a junho, o produtor recebeu R$1,03 por litro (média nacional), 12,9% a mais que em igual período de 2015.


Do lado da produção, no primeiro trimestre o volume de leite adquirido pelos laticínios foi de 5,86 bilhões de litros, segundo a Pesquisa Trimestral do Leite, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).


O volume caiu 4,5% na comparação com igual período do ano passado. 



Segundo o Índice Scot Consultoria de Captação, na média nacional, a produção caiu 2,6% em junho, em relação a igual período do ano passado. Ou seja, o volume de leite captado deverá ser menor também no segundo trimestre.


E os custos de produção?


Desde junho do ano passado, os custos de produção não pararam de subir.



Os itens com maior peso neste aumento foram: colaboradores, energia, combustível, além dos alimentos concentrados, com destaque para o milho e farelo de soja, e suplementos minerais.


No semestre, os custos subiram 9,5%, segundo o Índice Scot Consultoria de Custo de Produção da Pecuária Leiteira.


Para uma comparação, no primeiro semestre, o produtor recebeu 16,6% a mais pelo litro de leite, em relação ao mesmo período de 2015.


Os custos de produção subiram no intervalo de um ano, 28,0%, mantendo a margem apertada para o produtor.


E a balança comercial?


De janeiro a junho, o Brasil exportou 19,96 mil toneladas de produtos lácteos. Na comparação com igual período de 2015, houve queda de 23,0% no volume embarcado.


No caso das importações, houve aumento de 60,8% em volume nos primeiros seis meses deste ano, comparado com 2015, totalizando 104,91 mil toneladas de lácteos.


Os preços mais baixos no mercado internacional aumentaram a competitividade do produto importado, mesmo com o dólar valorizado frente ao real. Junto a isso, a menor disponibilidade interna, com a queda na produção de leite e derivados, incentivaram as compras fora do país.



De janeiro a junho, a balança comercial brasileira de lácteos ficou negativa, com déficit de US$204,05 milhões. O déficit aumentou 77,2%, frente ao mesmo período do ano anterior.


As importações em alta geram uma preocupação com relação aos preços no mercado interno, caso persistam no segundo semestre, quando a produção interna retoma com mais força.


Considerações finais


Para o curto prazo, a pressão de alta nos preços do leite ao produtor deverá continuar em função da menor disponibilidade de matéria-prima. A ociosidade em alguns laticínios ultrapassa os 30,0%, segundo pesquisa da Scot Consultoria.


Para o pagamento de julho (produção de junho), 80,0% dos laticínios pesquisados acreditam em alta do preço ao produtor e os 20,0% restantes falam em manutenção.


Com relação à produção, espera-se aumento no Sul do país e em Minas Gerais já no próximo mês, mas os incrementos deverão ser mais comedidos este ano, em função da queda dos investimentos e corte de gastos por parte do produtor, além de questões climáticas.


No Rio Grande do Sul, por exemplo, a captação cresceu 3,9% em junho, em relação a maio. Em junho de 2015, a alta na produção foi de 5,2%, na comparação mensal.


Para os custos de produção, o início da colheita da segunda safra de milho deverá diminuir, em parte, a pressão de alta sobre os preços do grão. Porém, os atuais patamares de preços estão elevados, na comparação anual.



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