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Scot Consultoria

Carta Conjuntura - A economia, o boi e a vaca


Sexta-feira, 1 de julho de 2016 - 11h00


Os abates de bovinos estão em queda.


Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no primeiro trimestre foram abatidos 7,92 milhões de bovinos. Este número contempla bovinos abatidos sob algum tipo de inspeção (municipal, estadual ou federal) e representa uma queda de 5,7% frente ao mesmo período do ano passado.



Participação de fêmeas no abate 


No primeiro trimestre foram abatidas  2,92 milhões de fêmeas, queda de  14,2%, na comparação com o mesmo intervalo de 2015. O abate de machos aumentou 0,9%.


O quadro de oferta enxuta é explicado pela expressiva participação das fêmeas nos abates de 2011 a 2013. Figura 1.


A produção de bezerros diminuiu devido a esse cenário, o que afetou o mercado de reposição e do boi gordo, cujos preços subiram desde 2013.


Assim, os atuais patamares de preço do bezerro estimulam a cria e a retenção de fêmeas. Com a oferta de machos já curta e a supressão da oferta de vacas, mantidas em reprodução, o mercado está enxuto e os preços firmes. 


Demanda e a economia


O cenário é de oferta curta e preços firmes para o mercado do boi gordo.


Entretanto, o quadro econômico é um fator limitante para as altas no preço da arroba do boi gordo, já que o escoamento da carne bovina está lento.


Segundo dados do Boletim Focus, do Banco Central, do dia 27/6, pela sexta semana consecutiva, o mercado financeiro elevou a expectativa para a inflação este ano. A previsão para a inflação oficial (IPCA) subiu de 7,25% para 7,29%. 


Com isso, a taxa prevista permanece  distante da meta (4,5%) e acima do teto (6,5%).


Já para o Produto Interno Bruto (PIB), a previsão é de retração de 3,44%. Apesar da melhora de 0,22 ponto percentual em relação aos 3,66% previstos nos relatórios anteriores, nada há a comemorar.


Considerações finais


Assim, mesmo diante da oferta apertada, fator positivo para as cotações, o lento escoamento da carne bovina, que resulta em estreitamento da margem de comercialização dos frigoríficos, está sendo limitante para a elevação da cotação.


Em São Paulo, desde a segunda quinzena de junho o preço da arroba caiu em média de 1,1% apesar da entressafra.


Segundo levantamento da Scot Consultoria, as unidade que vendem carne com osso estão com margens de comercialização (diferença entre receita apurada e preço do boi gordo) de 2,4%, enquanto a média histórica é de 15,5%. 


Contudo , a oferta curta, explicada pela retração no abate de fêmeas, deve ser suficiente para manter as cotações, no mínimo, sustentadas.



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