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Carta Insumos - Não espere o maior preço para vender. As facilidades de 2014 ficaram pelo caminho


Quarta-feira, 25 de novembro de 2015 - 08h51



Os custos de produção subiram fortemente em 2015, embora sem força suficiente para alcançar a disparada, que começou em 2014, dos preços da arroba do boi gordo e de outras categorias de reposição.


Veja a figura 1. Depois de 2013, quando o mercado favoreceu a melhora significativa das margens da atividade, o pecuarista vinha trabalhando o caixa da fazenda com certa tranquilidade.


Em 2015, porém, o cenário de arroxo nos resultados deu as caras. A cotação de todas as categorias de bovinos subiu menos que os custos. O bezerro foi o que exigiu mais esforço e mais tempo para ser superado mas, em outubro, também ficou para trás.


Já a arroba do boi gordo, desde o início do segundo semestre, varia abaixo do custo. Figura 2.


Causa - Economia


Esse cenário tem origem na situação econômica vigente.


Com o desemprego em alta, inflação acima dos 10,0% e recessão, os frigoríficos relutam em pagar preço maiores pela arroba, pois o repasse para a carne, no mercado interno, está difícil. Este é o primeiro teto, para a arroba do boi gordo, imposto pela indústria.


Dito isso, sem receber mais pela arroba, quem vai repor, resiste em pagar preços maiores seja pelo bezerro ou boi magro, já que o prognóstico apresentado para o preço do produto final, o boi gordo, é de dificuldade de valorizações. Assim, o teto para as altas dos bovinos para reposição também está estabelecido.


E, enquanto isso ocorre, o dólar subiu e levou com ele fertilizantes, endectocidas e suplementos minerais, produtos cuja matéria prima é importada. Os combustíveis dispararam, a energia elétrica ultrapassa os 50,0% de alta. Farelo de soja, balizado na cotação da moeda americana, ficou mais caro e influência o mercado dos outros concentrados proteicos.


Consequências


 A consequência é a visão exposta no gráfico, estreitamento de margem. O importante agora é planejar. A facilidade do pecuarista em 2014 acabou em 2015. Ao que tudo indica, 2016 teremos ser um ano de recessão econômica e de dólar próximo dos R$4,00, portanto, as mesmas dificuldades com relação a custo e receita.


A superação disso tudo, será trabalhar a produtividade, aumentar a escala de ganho e saltar as dificuldades que a economia nos impõem. Se dependesse somente do mercado do boi gordo, teríamos mais um ano de bons preços, de oferta restrita, já que 2015 foi o primeiro ano de redução nos abates de fêmeas e, portanto, de recuperação do rebanho.


Não espere o maior preço para vender. As facilidades de 2014 ficaram pelo caminho.



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