A cotação do boi gordo subiu 16,5% desde o início do ano, quando a arroba era vendida a R$115,00, em São Paulo.
Boa parte dessa valorização ocorreu de agosto para cá, com a retração expressiva da oferta de boiadas de pasto. Desde então, a cotação subiu de R$119,00/@ para R$134,00/@, à vista, alta de 12,6%. Veja na figura 1 a evolução dos preços da arroba este ano, em São Paulo.
Há dificuldade na aquisição de bovinos e este cenário tem guiado mais os preços do boi gordo do que o consumo de carne bovina.
Sinal disso é o comportamento dos preços da carne bovina, tanto no atacado quanto no varejo, que não acompanharam a alta da arroba do boi gordo na mesma proporção, ou seja, o brasileiro está consumindo menos carne em função do preço em elevação.
De agosto para cá, o mercado atacadista de carne bovina com osso tem patinado e o frigorífico repassou a alta em apenas 1,6%.
O preço do quilo do boi casado de animais castrados subiu de R$7,59 para R$7,71 no período. Ou seja, a indústria tem pago mais pela arroba sem receber mais pela carne, na mesma proporção.
Este cenário prejudicou as margens. A margem do Equivalente Scot Carcaça, que considera a diferença entre a receita obtida pelo frigorífico com a venda de carne com osso, couro, sebo, miúdos, subprodutos e derivados, em relação ao preço pago pela arroba, caiu de 20,1% para 10,1%, de agosto até agora.
Esta é a margem mais baixa desde março de 2011 quando chegou a 10,0%.
A média histórica deste indicador, desde o início do levantamento, em 2007, é de 15,8%.
Com a baixa oferta de boi gordo, é possível que os preços da arroba tivessem subido mais caso a situação fosse de pleno consumo.
Daqui para frente, fica a expectativa de que os estoques enxutos deem sustentação aos preços da carne. Está difícil repassar a alta e altas expressivas são pouco prováveis.
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