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Scot Consultoria

Carta Gestor - Rateio dos custos: uma questão de bom senso


Segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014 - 17h18

Na edição 52 desta publicação abordamos a questão dos custos variáveis e citamos a importância do rateio dos custos classificados como indiretos. Caso queira recordar os conceitos dos custos variáveis indiretos, acesse a publicação.


Além dos custos variáveis indiretos, também podem sofrer o rateio os custos fixos (depreciações). Analisamos na edição 51 este tipo de custo, representado pelo provisionamento anual sobre os investimentos (bem ou ativo que participa de mais de um ciclo de produção), ou seja, os recursos para reinvestimento.


Nesta edição aprofundaremos a análise sobre os métodos de rateio.


Exemplo e métodos


Um exemplo clássico de situação que requer o rateio dos custos é o de quando se realiza mais de uma atividade agropecuária em uma mesma fazenda. Na tabela 1 temos alguns exemplos de custos que normalmente merecem rateio. 



Dessa forma, por exemplo, como alocar os custos com colaboradores que trabalham nas duas atividades, impostos territoriais, manutenções ou depreciações do maquinário que também servem em ambas?


 A seguir apresentamos algumas sugestões, ressaltando que não representam todas as possibilidades existentes e que os conceitos podem ser adaptados a diferentes realidades.


a) Dedicação


Ao medirmos a dedicação de certo centro de custo a cada atividade é possível estabelecer um critério justo de rateio.


Exemplo 1: Através do levantamento de horas dedicadas a cada atividade, em uma fazenda com produção pecuária e cana-de-açúcar, conclui-se que, por ano, a equipe administrativa serve em 70% de seu tempo a atividade pecuária e em 30% de seu tempo a atividade canavieira. Esta pode ser uma divisão justa para esse centro de custo.


Exemplo 2: Através do levantamento de horas-máquina dedicadas a cada atividade, em uma fazenda com produção pecuária e de plantio de milho, conclui-se que, no decorrer do ciclo produtivo do milho, as máquinas e veículos utilizados em comum servem em 80% do tempo a atividade agrícola e 20% do tempo a atividade pecuária. Esta, então, pode ser uma divisão a ser aplicada ao gasto com combustíveis, por exemplo, no decorrer do ciclo produtivo da cultura agrícola.


b) Movimentação financeira


Quanto maior for a soma das receitas e/ou despesas (custos variáveis diretos) geradas pela atividade, em relação à outra, maior será a apropriação dos custos em comum.


Neste caso, pode-se escolher o somatório da receita e despesa, somente da receita ou somente da despesa.


Exemplo: Considerando a soma de entradas e saídas financeiras, se a pecuária detém 60% do somatório das receitas e custos variáveis diretos anuais da fazenda, então 60% dos custos variáveis indiretos em comum com a outra atividade serão destinados a ela.


c) Área


Quanto maior a área explorada por certa atividade, em relação à outra, maior será a apropriação dos custos em comum.


Exemplo: Se a pecuária ocupa 80% da área produtiva da fazenda, então 80% dos custos em comum com a outra atividade serão destinados a ela.


Considerações finais


Sempre existirá certo grau de subjetividade na escolha do critério de rateio, mas essa subjetividade pode ser reduzida, quando analisamos, detalhadamente, a natureza dos custos variáveis indiretos, antes de adotar o critério.


Assim, não há certo ou errado, sendo o bom senso o ponto mais importante desta decisão. Caberá a cada fazenda a melhor escolha do método de rateio.


Por fim, é importante que os critérios sejam consistentes ao longo do tempo e que se atentem ao ciclo de produção das atividades em comum, se são de característica sazonal ou perene, por exemplo.


Quando houver necessidade de alteração dos critérios, que esta seja devidamente justificada para que sejam evitados problemas de ordem gerencial. 


 



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