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Carta Boi - São Paulo perdeu importância, mas ainda lidera a exportação de carne bovina in natura


Terça-feira, 11 de fevereiro de 2014 - 09h22

As exportações de carne bovina in natura foram de 1,18 milhão de toneladas em 2013 (MDIC*), aumento de 25,3%, na comparação com 2012.


São Paulo participou com 27,1% desse volume, o equivalente a 321,1 mil toneladas. Este desempenho representa um aumento de 21,1%, em relação ao resultado do ano anterior, cuja exportação foi de 265,3 mil toneladas. É o estado que mais exporta, apesar da retração de 15,6% desde 2008.


Na segunda colocação em 2013 ficou Mato Grosso, com 227,3 mil toneladas e crescimento de 31,2%, frente a 2012. Desde 2008 a exportação cresceu 41,8% em volume. Foi o maior aumento absoluto no intervalo. 


Em 2008 São Paulo participou com 37,2% da quantidade de carne bovina embarcada, enquanto Mato Grosso respondeu por 15,7% do total. Desde então, São Paulo perdeu 10,1 pontos percentuais e o detentor do maior rebanho nacional ganhou 3,5 pontos. 


Veja a figura 1.



Goiás, Mato Grosso do Sul e Rondônia completam o grupo dos cinco maiores exportadores. O conjunto embarcou 83,0% da carne bovina in natura em 2013. 


Mato Grosso do Sul registrou o segundo maior incremento absoluto nos embarques entre 2008 e 2013, com um volume de 46,4 mil toneladas. 


A maior quantidade de fêmeas abatidas nos últimos anos pode ter sido um dos fatores que colaboram para o aumento dos embarques do estado. Como possui boa parte do rebanho destinado à cria e ciclo completo, o efetivo de fêmeas é grande. 


Embora a participação de fêmeas nos embarques não seja importante, elas suprem o mercado interno e disponibilizam bois para exportação. Este cenário também foi observado em Mato Grosso.


A tabela 1 apresenta os dados de volume, faturamento e preço médio em 2013. 
Devido ao preço médio 0,7% menor que a média nacional, São Paulo participa com 26,9% da receita, ante 27,1% do volume. 



Carne industrializada


A primeira posição também fica com São Paulo quando se trata de carne industrializada. A expressividade é ainda maior que para a carne in natura


De cada 100 quilos de carne industrializada exportada, 65,4 saíram do estado. Foram 65,7 mil toneladas, das 100,5 mil embarcadas no último ano. 


Em faturamento, a participação foi de 70,5%.


Na segunda colocação aparece o Rio Grande do Sul, com 32,3% do volume e 23,4% do faturamento. Os dois estados compõem 97,7% da quantidade e 94,0% do faturamento. 


Carne salgada


Os embarques de carne salgada são bem menores que os das demais categorias. 


Em 2013 foram exportadas 6,0 mil toneladas, das quais 5,9 mil saíram de São Paulo, o que corresponde a 97,4%. 


Todos os outros estados que embarcaram este tipo de produto venderam menos de 50 toneladas ao longo do ano. 


Mato Grosso do Sul ficou com a segunda colocação, com 43,5 toneladas e 0,7% do total.


Em faturamento, São Paulo participou com 97,2%, com US$31,0 milhões, aumento de 10,4%, frente ao resultado de 2012.


Considerações finais


Dos oito maiores estados exportadores de carne bovina in natura, apenas São Paulo registrou queda nos últimos cinco anos. 


Neste grupo dos oito maiores, Tocantins e Pará aferiram os maiores aumentos relativos, com crescimento de 303,2% e 471,9%, respectivamente. 


Vale destacar que estes estados embarcam menos, o que faz com que o aumento relativo se amplifique. 


Mas os volumes absolutos também foram expressivos, de 33,7 e 34,4 mil toneladas, para o Tocantins e o Pará, respectivamente.


Quanto a São Paulo, a pecuária tem sofrido a ação do custo de oportunidade. A valorização das terras diminui a rentabilidade e faz as boiadas abrirem espaço para as culturas. 


Em nível nacional, as exportações devem aumentar, com o câmbio fazendo a sua parte e uma oferta de animais ainda boa, embora provavelmente menor que em 2013.



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