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Carta Insumos - Safra 2012/2013 de sementes forrageiras deve ser mais produtiva


Quarta-feira, 26 de junho de 2013 - 17h18

A temporada de reforma e plantio das pastagens começa no final do ano ou na entrada das próximas chuvas. As sementes que serão plantadas na próxima temporada estão sendo colhidas.


Estima-se que o Brasil possua 170 milhões de hectares de pasto. Acredita-se que pelo menos metade disso apresente algum grau de degradação. 


Com a necessidade cada vez maior de intensificação da atividade e incremento da lotação, essas áreas que produzem pouco, ou serão tomadas por outros cultivos ou serão recuperadas.


Considerando que nos próximos anos, da área degradada, metade será replantada, (42,5 milhões de hectares), a uma taxa média de semeadura de 10 quilos de sementes por hectare, o mercado potencial é um consumo de 425 mil de toneladas de sementes de forrageiras. Além do consumo interno, o Brasil comercializa sementes de capim com outros países, principalmente na América do Sul e Central.


Em 2012 foram exportadas 8,17 mil toneladas, cujo faturamento foi de US$81,12 milhões. Foi o menor volume dos últimos cinco anos. Em 2008 os embarques foram de 11,45 mil toneladas.



Venezuela, Colômbia e Paraguai compram quase a metade do volume exportado pelo Brasil.


A safra 12/13


O clima vinha ajudando a safra atual, mas as chuvas em junho, na colheita, começam a preocupar.


Com exceção da Bahia, nos principais estados produtores de sementes de capim, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e São Paulo, entre janeiro e maio choveu 400mm acima do esperado em muitas regiões. Mesmo os campos que não encontraram condições favoráveis no plantio, ao final de 2012, tiveram tempo para se recuperar no primeiro semestre deste ano.


A expectativa ainda é de maior produtividade na safra 12/13. Apesar da competição, com outras culturas, principalmente com a soja, cujos preços foram recordes em 2012, a área de produção de sementes de panicuns, por exemplo, aumentou. Em função disso, podem ficar mais baratas e ganhar alguma participação no mercado, cenário que deve ser ajudado pela menor área de produção de Brachiaria brizantha cv. Marandú (braquiarão), cuja retração deverá ser de 30%, frente a 11/12.


O braquiarão é o capim que domina os pastos brasileiros. Estima-se que mais da metade das sementes comercializadas sejam desta cultivar. 


Os preços deste cultivar já começaram a reagir no varejo. Figura 2. 


Considerando que as vendas de sementes de capim ganham volume somente no final do ano, quando se faz o plantio das pastagens, este cenário poderá se intensificar.



É importante lembrar que quase nada das sementes da safra 12/13 chegaram às revendas e há muito pouco produto disponível para ser comercializado, ou seja, estes preços ainda não traduzem o panorama da temporada atual.
Porém, a conjuntura pode mudar. A produção de sementes é extremamente sensível e dependente das variações climáticas.


A colheita é feita no chão. É preciso que as sementes caiam no solo para cortar o capim, enleirar e, então, varrer a área. É necessário que a umidade esteja baixa. A exceção é a B humidicola, colhida no cacho, já que seu sistema radicular não deixa o solo totalmente descoberto. Para esta espécie, após o aparecimento das sementes nas panícolas, a janela de colheita é de no máximo dez dias, antes que estas caiam no chão.


Como não parou de chover, a colheita foi prejudicada. Existem produtores com perdas de até 50,0% para esta espécie. Existem negócios em R$35,00/kg, valor 263,0% maior em comparação com o Marandu, por exemplo. O valor cultural da humidicola é menor, em torno de 35%, enquanto para o Marandu, o mais comum é 50%.


Mas, até a consolidação da safra nacional de sementes de capim, tudo dependerá do clima. A tendência é que os preços dos panicuns diminuam, haverá maior oferta.


Para as barchiarias, deve haver espaço para substituição do braquiarão por outras espécies e cultivares, em função da morte súbita e da menor oferta nesta safra, podendo haver alta nos preços


O custo de produção dos sementeiros na safra 2012/2013 aumentou, puxado, principalmente, pelos fertilizantes. O mercado do boi gordo firme, mesmo durante a safra, e o preço do leite acima dos valores de 2012, possivelmente anime os pecuaristas a investir na atividade, elevando a demanda e dando mais força  para a tendência de alta.
Por fim, para os sojicultores que buscam a Brachiaria ruzizienses para uso cobertura do solo após a colheita, é preciso atenção. 


A demanda para este fim tem crescido e a tendência é de alta de preço para esta semente.



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