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Carta Conjuntura - Distribuição da renda brasileira


Quarta-feira, 3 de abril de 2013 - 18h14

Analisando os dados de renda per capita desde 1990 e a participação das classes sociais na renda percebe-se que o Brasil vem caminhando para uma nova realidade social. 


Com o crescimento econômico e o ganho real de poder de compra das classes cujas rendas são médias e baixas, há uma pressão de consumo nos mercados brasileiros e isto afeta também o consumo de carne bovina.


Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número absoluto de pessoas que possuem níveis médios de renda aumentou consideravelmente no período de 10 anos (2001 a 2011).


Observa-se, desta forma, que existe um inchaço de renda nas faixas intermediárias de 2 a 5. Figura 1.



Somando o número de mulheres ao de homens nas classes de renda de 2 a 5 em 2011, chegamos a um contingente superior a 90 milhões de pessoas, que podem estar aptas a acréscimos de consumo.


Aliado a este movimento, as classes cujas rendas eram classificadas como de baixa e média tiveram sucessivas altas na participação da renda disponível para a população.


Em 1990, a classe média possuía 30,3% de toda a renda domiciliar disponível no Brasil, sendo que a classe de baixa renda detinha 4,3% e a classe alta, 75,7%. Passados quase 20 anos, a população que compõem a classe média detém mais de um terço da renda disponível, mostrando que apesar de não ser a classe que mais cresceu (a classe de renda baixa cresceu 42,0%, enquanto a media teve incremento de 16,0%), ela tem aumentado sua participação na representatividade de renda. Figura 2.



Esta reconfiguração da distribuição de renda interfere de forma positiva no consumo de carne bovina do Brasil. Ao galgar aumentos de renda, as classes sociais de menor poder aquisitivo, e que consequentemente consomem menos proteínas, tendem a aumentar o consumo deste segmento. 


Algumas classes possuíam acesso à proteínas mais baratas, como suíno, frango e ovo, passam a consumir mais e diversificar o seu cardápio. Assim, carnes mais caras, como é o caso da proteína bovina, passam a ser uma opção cada vez mais palpável à mesa do consumidor brasileiro.A distribuição de renda no Brasil, antes caracterizada como uma pirâmide, por possuir muitos consumidores com baixo poder de compra, vai tomando o corpo de um losango (como visto anteriormente).


Desta forma, o consumo per capita de carne bovina, que nos últimos anos girou em torno de 40kg por ano, pode subir, reforçando a ideia de um mercado interno atraente nos próximos anos, que alimentará a cadeia e o ciclo do comércio.



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