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Carta Insumos - Potássio no Brasil: produção estagnada e consumo crescente


Segunda-feira, 25 de março de 2013 - 18h23

A produção mundial de potássio (K20) está concentrada em poucos países, sendo o Canadá, a Rússia e Bielorrússia os três maiores produtores, detendo 64,8% da produção mundial, em 2012 . Veja figura 1.



Estima-se que 95,0% do potássio produzido no mundo seja empregado na agricultura.
A América Latina e a Ásia são responsáveis por 60,0% do consumo global (figura 2). Destaque para o Brasil, a Índia e a China, cuja demanda por fertilizantes aumenta ano a ano.



Preços do potássio no mercado mundial


A formação dos preços do potássio no mercado internacional é influenciada, principalmente, por dois grandes compradores, China e Índia, que fecham seus contratos de compra, geralmente, no primeiro trimestre.


Estes países têm fechado contratos para 2013, por valores que variam de US$400,00 a U$430,00 por tonelada de potássio.


Os contratos no ano passado foram negociados entre U$470,00 e U$490,00 por tonelada. 


O Brasil, por comprar no mercado spot, fica prejudicado. Os negócios em março de 2013 estão sendo fechados, em média, em U$475,00 por tonelada de K2O.  


Produção e consumo no Brasil


A produção brasileira de potássio é pequena em relação à demanda.


Em 2011, segundo o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), a produção brasileira atendeu 8,4% do potássio consumido no país. O Brasil importa mais de 90,0% do que consome. 


Os maiores fornecedores são a Bielorrússia, o Canadá, a Alemanha, Israel e a Rússia. 
O consumo de fertilizantes no Brasil vem crescendo anualmente e deve manter esse ritmo dado o seu potencial agrícola. Figura 3.



Atualmente o consumo interno é de aproximadamente cinco milhões de toneladas por ano. Figura 4. 



O Brasil apresentou, nos últimos cinco anos, uma taxa média de crescimento de 4,1% no consumo de potássio.
Mantido este crescimento, podemos estimar que a demanda nacional será de 5,04 milhões de toneladas em 2013.


Preços no mercado interno


Em 2013, os preços do cloreto de potássio (KCl) para o consumidor final estão abaixo do registrado no mesmo período do ano passado.


O preço médio do cloreto de potássio granulado foi de R$1.294,00 por tonelada em março de 2013, 2,9% menor na comparação com o mesmo período do ano passado, cujo preço era de R$1.333,00 por tonelada. Figura 5. 



Para este ano não são esperadas grandes quedas nos preços, devido ao valor agregado ao produto, como os preços de frete e custos de produção das formulações cada vez maiores.


De qualquer maneira, a valorização das comodities agrícolas melhorou o poder de compra do agricultor. 
Em março do ano passado eram necessários 24,28 sacas de soja para comprar uma tonelada de cloreto de potássio granulado. Atualmente compra-se a mesma quantidade com 21,93 sacas de soja, 6,9% menos.


Considerações finais


Mesmo com diversas fontes naturais de potássio a serem exploradas, a única fonte brasileira em exploração é o complexo Mina/Usina de Taquari-Vassouras, em Sergipe. 


Devido a questões ambientais e políticas, projetos como o da exploração das reservas de silvinita de Santa Rosa de Lima em Santa Catarina e o aproveitamento das reservas de silvinita no Amazonas estão paralisadas. Por se tratarem de projetos de longo prazo, a perspectiva é de continuidade das importações de potássio.


Por estar exposto ás variações do preço do potássio no mercado spot, o Brasil deveria estabelecer políticas e planejamento de compras. 


Com uma demanda mundial cada vez maior, e menores explorações, fica a pergunta: será que chegaremos ao equilíbrio entre oferta e demanda de potássio no Brasil?



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