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Scot Consultoria

Carta Leite- Encontro da Pecuária Leiteira da Scot Consultoria: perfil dos participantes


Sexta-feira, 14 de setembro de 2012 - 17h05

Nesta edição apresentamos uma análise das informações que levantamos durante o Encontro da Pecuária Leiteira da Scot Consultoria, que aconteceu nos dias 21 e 22 de agosto, em Ribeirão Preto e em Descalvado-SP.


Os dados são relativos à média nacional, com destaque para os estados de São Paulo, Minas Gerais e Goiás.


Os dados dizem respeito ao universo de produtores de leite presentes no Encontro.


Propriedades e sistemas de produção


Minas Gerais foi o estado, dentre os analisados, com maior porcentagem de propriedades até 500 hectares, 83,3%. Em Goiás a quantidade de propriedades de maior porte é maior, com 64,3% sendo até 500 hectares. Observe a figura 1.



Goiás e Minas Gerais detém propriedades com maior número de vacas, sendo que a maioria dos participantes do Encontro tinha entre 201 e 500 cabeças.


O sistema de produção mais significativo em São Paulo é o a pasto intensivo (51,3%). Em Goiás e em Minas Gerais destaca-se o semiconfinamento, com 66,7% e 72,2% dos participantes, respectivamente. 


As fazendas têm uma produção média de 2,2 mil litros por dia em São Paulo, 1,3 mil litros por dia em Goiás e 1,2 mil litros por dia em Minas Gerais. Em São Paulo as raças mais utilizadas são: o Holandês (36,2%) e o Girolando (34,0%). Em Goiás o Girolando foi citado por 78,6% dos participantes, enquanto que em Minas Gerais o rebanho é mais diversificado, estando dividido em Girolando (42,1%), Jersey (31,6%) e Holandês (26,3%). 


Índices zootécnicos


Quanto à porcentagem de vacas do rebanho que estão em lactação, Goiás liderou com 70,1%, enquanto que a média nacional foi de 64,9%. 


Há autores que estimam a média nacional em 50,0%, mas recomendam 80,0% das vacas em lactação (FARIA & SILVA, 1996).


A produtividade média das vacas varia de 17,3 litros/vaca/dia em Minas Gerais até 19,0 litros/vaca/dia em São Paulo.


A média nacional, considerando o público do evento, é de 17,7 litros/vaca/dia. 


Para uma comparação, VILELA et al. (1996) estimou a produtividade média das vacas em 16,6 litros/vaca/dia em produção a pasto e 20,6 litros/vaca/dia em confinamento, considerando vacas holandesas.


Custos de produção


Quanto ao acompanhamento dos custos para produzir leite, em São Paulo a maior parte acompanha os custos completos (57,9%), bem como em Minas Gerais (66,7%). Em Goiás 57,1% acompanham apenas o custo caixa.


O custo estimado pelos participantes para produzir um litro de leite é de R$0,72 em São Paulo, R$0,78 em Goiás e R$0,59 em Minas Gerais. 


Na média nacional este custo é de R$0,70. 


Alimentação


Quanto aos alimentos alternativos ao milho e à soja mais utilizados, em São Paulo, 71,4% utilizam polpa cítrica, 37,1% caroço de algodão, 37,1% farelo de algodão e 28,6% cevada. Em Goiás 54,5% utilizam caroço de algodão e 27,3% usam sorgo. Em Minas Gerais 64,3% utilizam polpa cítrica e 35,7% caroço de algodão. 


Os volumosos alternativos ao pasto mais utilizados em São Paulo são a cana-de-açúcar (57,6%) e a silagem de milho (30,3%), sendo que todos os participantes produzem estes alimentos na própria fazenda.


Em Goiás, 83,3% utilizam silagem de milho e 25,0% silagem de sorgo sendo que 85,7% produzem estes alimentos na fazenda.


Em Minas Gerais, 60,0% utilizam silagem de milho, 33,3% cana-de-açúcar e 20,0% silagem de sorgo, sendo que 81,2% produzem estes alimentos na fazenda.


Benfeitorias e tecnologias utilizadas 


Com relação a tanque de expansão ou de resfriamento de leite e ordenhadeira mecânica, em São Paulo, 88,6% possuem tanque de expansão e 94,4% ordenhadeira mecânica.Em Goiás, 100,0% dos participantes que responderam o questionário possuem tanque de expansão e ordenhadeira mecânica e em Minas Gerais 100,0% possuem tanque de expansão e 93,7% ordenhadeira mecânica. 


Dentre os participantes de São Paulo, 86,1% utilizam inseminação artificial e a utilizam em 92,0% do rebanho. Em Goiás, 100,0% utilizam inseminação artificial e a fazem em 87,9% do rebanho. Em Minas Gerais, 88,2% utilizam inseminação e a fazem em 79,6% do rebanho.



Final


No universo pesquisado, obtivemos o seguinte cenário:


A maioria das propriedades que exploram a produção de leite tem até 500 hectares. 


A porcentagem de vacas em lactação em São Paulo, Minas e Goiás está abaixo do ideal. 


As fazendas, são de média a grande produção, estando a produção média em 1,2 mil litros de leite por dia.


A raça Girolando é a predominante, mas em São Paulo o Holandês é mais expressivo. 


O semiconfinamento é o sistema mais adotado.


Em Goiás o custo médio para produzir um litro de leite, é o maior. Está 8,3% maior que em São Paulo, 32,2% maior que em Minas Gerais e 11,4% maior que a média nacional.


O caroço de algodão é amplamente utilizado em São Paulo, Minas Gerais e Goiás. 


Já a utilização de polpa cítrica está concentrada em São Paulo e Minas Gerais, devido à proximidade a indústria de extração de suco de laranja. 


A silagem de milho é amplamente utilizada nos três estados, seguida pela silagem de sorgo.


A maioria dos participantes possui tanque de expansão e ordenhadeira mecânica. 


O uso de inseminação artificial está difundido e a maior parte dos pecuaristas a utiliza em todo o rebanho.


Os números, em que pese o tamanho do universo pesquisado, sugerem a necessidade de investimentos na atividade, descarte de animais pouco produtivos e melhoria dos índices zootécnicos.


Colaborou Rafael Ribeiro, consultor da Scot Consultoria.



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