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Scot Consultoria

Pastagens irrigadas – Parte III


Quinta-feira, 16 de janeiro de 2020 - 05h55

Zootecnista, professor em cursos de pós-graduação na REHAGRO, na Faculdade de Gestão e Inovação (FGI) e nas Faculdades Associadas de Uberaba (FAZU); Consultor Associado da CONSUPEC - Consultoria e Planejamento Pecuário Ltda.


Foto: Scot Consultoria


Introdução


Na segunda parte da sequência de artigos sobre pastagens irrigadas concluímos que as tecnologias de intensificação da produção da pastagem através da correção, adubação e irrigação do solo aumentam as taxas de acúmulo de forragem de forma expressiva, principalmente no inverno, em comparação com a pastagem manejada intensivamente, mas sem irrigação, entretanto, não é possível eliminar a estacionalidade de produção de forragem, daí então a necessidade de mesmo neste sistema se fazer o planejamento alimentar para o rebanho. Este é o tema da parte três sobre pastagens irrigadas.


Estratégia, tática e operação.


O planejamento de qualquer empresa é dividido em três níveis básicos: o estratégico, o tático e o operacional e não deve ser diferente em um sistema de pastagem. Em todos esses níveis de gerenciamento, devem-se considerar as estimativas de demanda, de produção e de estoque de forragem. 


Metas


O uso de metas de pasto (altura alvo) é uma ferramenta poderosa para o controle do processo de pastejo (determinantes dos períodos de ocupação e de descanso dos piquetes etc.). Entretanto, não determina a capacidade de suporte e nem permite o cálculo de consumo de matéria seca (MS) e a eficiência do pastejo, e nem o acúmulo de forragem, a não ser que a densidade da massa de forragem já tenha sido calibrada, o que ainda não é uma realidade para todas as diferentes condições dos sistemas de pastagens brasileiros.


É muito caro errar


Uma das práticas para estabelecer as bases para o planejamento de sistemas pastoris é o cálculo da sua capacidade de suporte através de metodologias de mensuração da forragem disponível. Tal prática ainda tem baixíssima adoção nas fazendas brasileiras e, até poucos anos, também era um assunto pouco tratado nos trabalhos de pesquisa.  Por outro lado, os produtores que têm investido na tecnologia de irrigação da pastagem têm sido mais abertos à adoção daquela metodologia devido ao alto nível de investimentos, ao maior custo de produção da forragem e os custos com as altas taxas de lotação (compra de animais, suplementos, vacinas, etc.). Assim eles estão conscientes que neste sistema é muito caro errar.


Monitoramento do crescimento da pastagem


A falta de informações sobre a distribuição da produção de forragem ao longo do ano é, atualmente, a principal limitação para o planejamento criterioso de sistemas de produção em pasto. Existem pelo menos quatro tipos de fontes de informação para a previsão do suprimento de forragem pela pastagem, como a seguir: (a) experimentação; b) modelagem matemática; c) monitoramento da taxa de lotação; d) estimativa e monitoramento do crescimento da pastagem. Destas fontes a mais precisa é o monitoramento do crescimento da pastagem através da técnica direta, a qual consiste em cortar e pesar a massa de forragem.


Por fim, como tamponar as deficiências de forragem


Mas quais têm sido as alternativas para tamponar as deficiências de forragem em função da estacionalidade de produção da pastagem? Enquanto em sistemas de pastagens extensivas a alternativa mais tradicionalmente adotada pelos produtores é o diferimento da pastagem, em sistemas de pastagens intensivas não irrigadas têm sido o confinamento dos animais no período da seca e para tal a maioria das propriedades produzem volumosos suplementares (silagens, pré-secados, fenos, etc.) ou então adota-se um modelo de produção estacional com a venda do excedente de animais no período de transição chuva:seca. Por outro lado, em sistemas de pastagens irrigadas tem sido possível tamponar a deficiência de forragem apenas com o semiconfinamento dos animais fornecendo concentrados em níveis que provocam efeito substitutivo.



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