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Scot Consultoria

Físico para um lado, futuro pro outro...


Quinta-feira, 26 de outubro de 2017 - 14h30

Médico-veterinário, pós-graduado pela ESPM, MBA em finanças pelo Insper-SP e sócio diretor da Radar Investimentos


Foto: Scot Consultoria


O mercado físico de boi gordo permanece pressionado e por mais que a oferta não seja exagerada, ela tem sido suficiente para permitir que as indústrias mantenham escalas confortáveis e exerçam pressão adicional sobre as cotações. O primeiro movimento foi a diminuição dos negócios nas bandas de cima dos preços, depois começaram a aparecer novas mínimas e essa dinâmica vem aos poucos empurrando os preços para baixo.


Um dos grandes culpados por essa pressão da indústria é justamente a dificuldade com o escoamento de carne no mercado interno, já que o consumo não tem absorvido de forma satisfatória o volume ofertado, fazendo com que nem mesmo no início do mês, onde tradicionalmente o consumo melhora, as cotações tenham conseguido ganhar força.


Essa realidade de físico pressionado no entanto não é que o vem ditando os rumos do mercado futuro, que tem operado em alta e ampliando o ágio dos preços para os próximos meses. O contrato de nov17 por exemplo operou a maior parte do tempo cotado abaixo do out17 e hoje precifica R$1,00 de alta frente ao físico atual. O contrato de dez17 apresenta um otimismo ainda maior, cotado a R$142,00 ou mais de R$4,00 acima das cotações atuais.


Um dos fatores que pode estar por trás desse otimismo do mercado futuro pode ser o diferencial de base entre São Paulo e as demais praças pecuárias que permanece em níveis muito fechados historicamente. Acompanhe na tabela 1.


Tabela 1.

Fonte: Cepea / Elaborado por Radar Investimentos.


Repare que nessa semana o diferencial de base estreitou em praticamente todas as principais praças pecuárias do Brasil e quando a comparação é com os níveis existentes há 1 ano esse movimento fica ainda mais evidente. Como São Paulo é o maior centro consumidor do Brasil e grande parte das exportações ocorrem pelo porto de Santos, é natural que o estreitamento do diferencial aumente o apetite de compra das industrias no estado. Porém esse fator ainda não tem sido evidenciado pelas cotações.


Depois de tanto sofrimento com os seguidos sustos e quedas de preço ocorridas ao longo do ano, seria muito positivo que essa recuperação de preços precificada pelo mercado futuro realmente ocorresse. A reabertura de diversas indústrias ocorridas ao longo do ano e a forte seca nas regiões produtoras reforçam também essa expectativa. Resta saber se a possível saída mais concentrada de animais confinados e o fraco consumo do mercado interno permitirão uma recuperação mais vigorosa das cotações. A aposta do mercado futuro até o momento é que sim.



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