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IPCA de junho/17 registra deflação mais intensa que o esperado e dá sinal verde para manutenção do ritmo de queda dos Juros


Sexta-feira, 7 de julho de 2017 - 15h20

Parallaxis Consultoria - informações sob indicadores econômicos em geral.


O IPCA de jun/17 registrou deflação de -0,23% ante o mês de mai/17, quando havia apresentado inflação de 0,31%. Com esse resultado, a inflação acumulada em 12 meses recuou, de 3,60% em maio, para 3,0% neste mês, registrando a menor taxa acumulada em 12 meses dos últimos 10 anos. No mesmo mês de 2016 a inflação para o período havia sido 0,35%. A leitura de maio/17 também foi a menor taxa para o mês desde 2006.


Em relação à nossa expectativa (projeção Parallaxis: -0,07%) e a do mercado (mediana das projeções: -0,13%) o resultado veio abaixo do esperado. O desvio da nossa projeção em relação ao resultado ocorreu devido a deflação do grupo Habitação, o qual esperávamos apresentar deflação menos intensa.


Figura 1.
IPCA (Var.%m/m e Acum. 12 meses)



Em relação ao mês anterior, entre os 9 grupos que compõem o indicador, 2 intensificaram a deflação (Alimentos & Bebidas e Transportes), 1 entrou em deflação (Habitação), 2 apresentaram inflação menor (Vestuário e Saúde e Cuidados Pessoais), 2 permaneceram com a mesma taxa (Educação e Comunicação), ao passo que Artigos de residência apresentou deflação ligeiramente menor e Despesas pessoais inflação maior.



Analisando por ordem de importância na composição do resultado, com impacto deflacionário, os grupos de Alimentos e Bebidas (-0,13 p.p.), Habitação (-0,12 p.p.) e Transportes (-0,09 p.p.) foram os destaques, respondendo por toda pressão deflacionária. Os impactos dos demais grupos compensaram parcialmente. Com destaque para pressão altista de Saúde e Cuidados Pessoais (+0,05 p.p.) e Despesas Pessoais (+0,04 p.p.).


Na análise por itens e subitens, no grupo Habitação, o grande destaque foi a redução da tarifa de energia elétrica (-5,52%) devido a substituição da bandeira vermelha pela verde, reduzindo o R$ 3,00 a cada 100 kwh consumidos. No mesmo grupo, porém com pressão altista destacaram-se os itens condomínio (1,14%) e taxa de água e esgoto (2,16%). No grupo de Transportes, o destaque ficou por conta dos combustíveis (-2,84%), refletindo o recuo de gasolina (-2,65%) e etanol (-4,66%), e de ônibus interestaduais (-1,94%). Em sentido oposto, com pressões altista, no grupo Transportes destacou-se as passagens aéreas (+6,89%). No grupo Alimentação e Bebidas, por sua vez, a maioria dos alimentos deflacionaram de maio para junho, a exemplo do tomate (-19,22%), da batata--inglesa (-6,17%) e das frutas (-5,90%).



O IPCA de junho, conforme esperávamos, entrou no território deflacionário. Contudo, a intensidade da deflação foi superior ao que esperávamos. Com a inflação sistematicamente surpreendendo para baixo, as expectativas de inflação em queda e a atividade econômica ainda sem consolidar a retomada da demanda doméstica, revisamos nossa projeção para o IPCA de 2017 de 3,8% para 3,6%. Para 2018 a inflação esperada também foi alterada, de 3,9% para 3,7%.


Com essa leitura do IPCA e com a dinâmica apresentada pelas expectativas de inflação e atividade, passamos a ver maior chance do COPOM seguir cortando a taxa Selic em 1 p.p. em sua próxima reunião de julho. Acreditamos haver bastante espaço para cortes, mesmo em meio aos recentes eventos políticos e a demora na tramitação das reformas, de maneira que acreditamos que até a data da próxima reunião, em meio aos dados mais recentes de inflação e atividade, o BCB poderá manter o ritmo atual de corte. Não apenas, mas também acreditamos que o ciclo de queda da Selic se prolongue e a taxa encerre o ano em 7,5% a.a.. Para 2018, vemos possibilidades de novas reduções, de maneira que projetamos 7,0% a.a. para o fim do próximo ano.



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