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Varejo recua 1,0% em setembro/16, revelando uma queda na margem mais intensa que o trimestre anterior


Quinta-feira, 10 de novembro de 2016 - 17h00

Parallaxis Consultoria - informações sob indicadores econômicos em geral.


Os dados das vendas varejistas de setembro/16, divulgados nesta manhã pelo IBGE, apresentaram recuo de 1,0% na passagem do mês, de agosto para setembro, com ajuste sazonal. Na comparação interanual, setembro/16 contra mesmo período do ano anterior, as vendas do varejo apresentaram recuo de 5,9%. Em relação à nossa expectativa, os números foram levemente melhores, de modo que a projeção da Parallaxis era -1,2% m/m e -6,3% a/a.


Com relação ao conceito Varejo Ampliado (que inclui automóveis e material para construção) em setembro/16, a pesquisa revelou recuo de 0,1% (expurgado os efeitos sazonais) na passagem do mês, e retração de 8,6% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Neste conceito, esperávamos retração de 0,2% no mês e -8,9% na comparação anual.


Os primeiros nove meses de 2016 das vendas no varejo restrito encerraram com forte recuo de 6,5%, comparado com o mesmo período do ano anterior. Nesta mesma leitura, o varejo restrito encerrou 12 meses com -6,6%, ao passo que no varejo ampliado a queda foi mais intensa, de -10,0%, especialmente devido ao desempenho das vendas de veículos automotores, que retraíram 17,0%, e material de construção -12,6%, no mesmo modo de comparação.


O desempenho segue influenciado pela inflação corrente ainda elevada, o crédito restrito com elevação da taxa de juros para pessoas físicas, aumento do desemprego e queda do rendimento médio dos trabalhadores, tudo isto em meio a um processo de desalavancagem do setor privado. E tais fatores não devem se reverter ao longo deste ano, visto que as expectativas para o mercado de trabalho são de continua deterioração. Na margem, a queda ocorreu em 6 (de 8) atividades, portanto disseminado.



Na comparação com agosto/16, aqueles segmentos que recuaram, foram: hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-1,4%) e de móveis e eletrodomésticos (-2,1%), livros, jornais, revistas e papelaria (-2,0%); tecidos, vestuário e calçados (-0,7%); combustíveis e lubrificantes (-0,5%); e outros artigos de uso pessoal e doméstico (-0,3%).


De maneira oposta, artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (1,0%) avançou neste modo de comparação, ao passo que equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (0,0%) ficou estável. No Varejo ampliado, Veículos e motos, partes e peças avançou 2,9%, devolvendo parte da intensa retração no mês anterior, quando o segmento havia sido impacto pela paralisação de empresas no setor de autopeças. Já as vendas de Material de Construção retraíram 3,1%.


Na comparação entre setembro/16 ante setembro/15, as oito atividades do varejo recuaram, sendo por ordem de contribuição: hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-2,6%), móveis e eletrodomésticos (-13,4%), combustíveis e lubrificantes e outros artigos de uso pessoal e doméstico (ambos -9,0%); tecidos, vestuário e calçados (-10,3%); artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-3,7%); equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-11,9%); e, por fim, livros, jornais, revistas e papelaria (-18,0%).


Veja mais detalhes dos ramos de atividades que compõem o indicador, na tabela abaixo:



Na comparação trimestral, contra o mesmo tri do ano anterior, no 3º Trimestre o varejo restrito recuou 5,7% e o ampliado 9,0%. Já na comparação com o trimestre imediatamente anterior e livre de efeitos sazonais, o recuo do restrito foi de 1,7% e o ampliado de -2,7%. Tais resultados estão em linha com nossas projeções para o PIB do 3º trimestre de contração na margem entre -0,6% e -0,8% e entre -2,9% e -3,1% na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior.


O resultado das vendas varejistas não trouxe novidades em relação ao consumo doméstico. Temos ressaltado que o setor deve manter a trajetória de recuo até meados de 2017 devido ao aumento do desemprego, redução dos rendimentos reais do trabalhadores, restrição creditícia e inflação corrente elevada, o que tem colaborado para diminuir intensamente a demanda. Outro fator que vem influenciando negativamente é a desalavancagem pela qual o setor privado (empresas e indivíduos) está passando e que deverá persistir ao menos até meados do ano que vem também.


De tal sorte, mantemos nossa projeção de recuo de 6,0% das vendas do varejo restrito em 2016. Já para 2017, esperamos um crescimento modesto das vendas do varejo, entre 0,2% e 0,5%, com viés negativo.



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