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Vendas varejistas voltam a retrair em julho/16 na comparação mensal, em grande parte devido à vendas de hiper e supermercados e combustíveis


Terça-feira, 13 de setembro de 2016 - 18h00

Parallaxis Consultoria - informações sob indicadores econômicos em geral.


Os dados das vendas varejistas de julho/16, divulgados nesta manhã pelo IBGE, apresentaram recuo de 0,3% na passagem do mês, de junho para julho, com ajuste sazonal. Na comparação interanual, julho/16 contra mesmo período do ano anterior, as vendas do varejo apresentaram recuo de 5,3%. Em relação à nossa expectativa, os números surpreenderam negativamente, de modo que a projeção da Parallaxis era +0,3% m/m e -4,1% a/a.


Com relação ao conceito Varejo Ampliado (que inclui automóveis e material para construção) em julho/16, a pesquisa revelou recuo de 0,5% (expurgado os efeitos sazonais) na passagem do mês, e retração de 10,2% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Neste conceito, esperávamos avanço de 0,6% no mês e -7,0% na comparação anual.


Os primeiros sete meses de 2016 das vendas no varejo restrito encerraram com forte recuo de 6,7%, comparado com o mesmo período do ano anterior. Nesta mesma leitura, o varejo restrito encerrou 12 meses com -6,8%, ao passo que no varejo ampliado a queda foi mais intensa, de -10,3%, especialmente devido ao desempenho das vendas de veículos automotores, que retraíram 17,7%, e material de construção -12,9%, no mesmo modo de comparação.


O resultado pior que o esperado não chega ser surpreendente, uma vez que esperamos continuidade da deterioração das vendas no varejo em 2016. O desempenho segue influenciado pela inflação corrente ainda elevada, o crédito mais restrito com elevada taxa de juros, aumento do desemprego e queda do rendimento médio dos trabalhadores. E tais fatores não devem se reverter ao longo deste ano, mesmo que vejamos alguns resultados positivos nas próximas leituras. Na margem, a queda ocorreu em 6 (de 8) atividades, revelando-se um recuo bastante disseminado. 



Na comparação com junho/16, aqueles segmentos que recuaram, foram: Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,3%), Combustíveis e lubrificantes (-0,3%) – ambos responsáveis por 60% do resultado. As demais atividades, com retração foram: Tecidos, vestuário e calçados (-5,8%); Livros, jornais, revistas e papelaria (-1,2%); Móveis e eletrodomésticos  (-1,0%), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-0,9%). De maneira oposta, Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (5,9%) e Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (0,7%) avançaram neste modo de comparação. No Varejo ampliado, Veículos e motos, partes e peças recuou 0,3%, enquanto as vendas de Material de Construção recuou 2,5%.


Na comparação entre julho/16 ante julho/15, nota-se que as oito atividades do varejo recuaram, sendo por ordem de contribuição: Móveis e eletrodomésticos (-12,4%) e Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-11,6%), Combustíveis e lubrificantes (-9,9%), Tecidos, vestuário e calçados (-14,2%) e, com influências também negativas, porém em menor medida, as atividades de Livros, jornais, revistas e papelaria (-18,6%); Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (-12,9%); e Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (-3,2%). Por sua vez, o ramo Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,1%) ficou praticamente estável. No varejo ampliado, ambos segmentos recuaram, sendo veículos e motos, partes e peças (-20,0%) e material de construção (-12,6%).



Em linhas gerais, o setor deve recuar ao longo de 2016 e até meados de 2017 devido ao aumento do desemprego, redução dos rendimentos reais dos trabalhadores, restrição creditícia e inflação corrente elevada, o que tem colaborado para diminuir intensamente a demanda. Outro fator que vem influenciando negativamente é a desalavancagem pela qual o setor privado (empresas e indivíduos) está passando e que deverá persistir ao menos até meados do ano que vem também.  



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