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Scot Consultoria

Carta Grãos - Brasil importando milho


Terça-feira, 24 de maio de 2016 - 10h00

Zootecnista, formado pela Universidade Estadual Paulista – UNESP, Câmpus de Ilha Solteira-SP, mestre em Administração de Organizações Agroindustriais pela UNESP, Câmpus de Jaboticabal-SP. É analista e consultor de mercado da Scot Consultoria. Coordena as divisões de pecuária de leite, grãos e avaliação e perícia. Editor-chefe do Relatório do Mercado de Leite, publicação da Scot Consultoria. Atuação nas áreas de análises, estabelecimento de cenários, estratégias de mercado, realização de projeções de preços, oferta, demanda, análises setoriais e pesquisa de opinião e imagem. Ministra aulas, palestras, cursos e treinamentos nas áreas de mercado de leite, boi, grãos e assuntos relacionados à agropecuária em geral.



De janeiro a abril, o Brasil importou 243,65 mil toneladas de milho, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).


A maior parte deste milho veio do Paraguai. Foram 123,74 mil toneladas importadas do país vizinho ou 50,8% do total. O volume restante veio da Argentina.


Chama a atenção as cotações do produto importado, em relação aos preços vigentes no mercado brasileiro.


Em ambos os países, a produção em 2015/2016 foi maior que na temporada passada. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a Argentina colheu 25,9% mais milho na temporada atual, totalizando 34,0 milhões de toneladas. A produção paraguaia, estimada em 3,28 milhões de toneladas, aumentou 4,3%, em relação à safra passada.


É justamente essa maior competitividade do produto importado, em relação ao nacional, que tem levado grandes empresas integradoras de aves e suínos a importarem milho de países do Mercosul.


O preço médio do milho paraguaio importado no primeiro quadrimestre foi de US$127,13 por tonelada e o argentino US$165,49 por tonelada (FOB). Veja a tabela 1.


Se considerarmos um frete médio de US$70,00 para levar este milho do porto no Paraná até a região do médio Norte de Mato Grosso, o produto chegaria à região de destino custando US$197,13.


Levanto em conta uma taxa de câmbio de US$1,00=R$3,50, esse milho custou R$689,95 por tonelada ou R$41,40 por saca de 60 quilos.


O preço vigente na região neste período (produção nacional) variava de R$42,00 a R$44,00 por saca de milho, posto na fazenda.


CONSIDERAÇÕES FINAIS


Considerando somente o mês de abril, segundo os últimos dados divulgados pelo MDIC, a importação foi de 105,94 mil toneladas, o equivalente a 43,5% do volume total importado no ano. Destas, 61,15 mil toneladas foram importadas da Argentina e 44,79 mil toneladas do Paraguai.


A demanda firme no Brasil fez os preços subirem nos países vizinhos.


As cotações médias do milho importado da Argentina e do Paraguai foram, respectivamente, US$166,35 e US$140,50 por tonelada (tabela 2) em abril último.


Seguindo o mesmo raciocínio da simulação anterior, o milho importado do Paraguai chegou ao Brasil custando US$140,50 por toneladas (FOB). Este valor acrescido do frete para transportar o produto para o Médio Norte Mato-grossense, de US$70,00 por tonelada, totalizaria US$210,50 por tonelada.


Em reais são R$736,75 por tonelada ou R$44,21 por saca de 60 quilos, preços ainda competitivos em relação aos vigentes no mercado interno.


O ponto principal, além do preço, é a disponibilidade nos países vizinhos, cenário diferente do brasileiro onde em curto e médio prazo a expectativa é de estoques reduzidos.




 



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