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Scot Consultoria

Farelo de soja “gordo”: método de extrusão permite a obtenção de produto mais energético


Sexta-feira, 20 de maio de 2016 - 16h00

Zootecnista, formado pela Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias - UNESP, Campus de Jaboticabal-SP. Mestre em Administração de Organizações Agroindustriais pela mesma instituição.



O farelo de soja "gordo" também é conhecido como farelo de soja integral. É um produto com maior quantidade de extrato etéreo (EE) na composição se comparado ao farelo de soja convencional. Sua produção se dá através de um tratamento com vapor, a temperaturas que variam de 60ºC a 105ºC, e da extrusão e moagem do grão de soja. Estes processos inativam as enzimas anti-nutricionais presentes no grão in natura (urease e anti-tripsina) que inibem a digestão das proteínas, possibilitam a oxidação das gorduras existentes nos grãos e a ocorrência de fungos que podem produzir micotoxinas.


Tais fatores, além de interferirem na palatabilidade, inibem o aproveitamento dessa fonte de proteína que é a soja.


Assim, o processo de produção do farelo de soja "gordo" viabiliza o uso do grão de soja cru, sem extração do óleo, o que resulta em um produto mais energético.


Enquanto no farelo de soja comum a concentração de proteína bruta na matéria seca (MS) é de, aproximadamente, 46,0% e o EE fica em 1,5%, no farelo de soja "gordo", a proteína fica ao redor de 40,0% e o EE pode chegar a 20,0% na MS.


Este teor de extrato etéreo faz com que a energia metabolizável, segundo o NRC, seja de 3300Kcal/kg, 40,0% superior aquela do farelo de soja tradicional.


Além deste ingrediente ter um teor relativamente alto de proteína em comparação a outros insumos como farelo de algodão (38,0%), caroço de algodão (23,9%) e farelo de girassol (28,0%), também tem uma elevada densidade energética, que melhora a qualidade dos aminoácidos da dieta, substituindo o óleo vegetal, aumentando a conversão alimentar.


O seu uso melhora a qualidade das misturas comparadas ao uso de óleos vegetais e gordura animal (no caso de suínos e aves).


A melhoria na palatabilidade e digestibilidade, o alto teor energético, o aumento no ganho de peso, maior homogeneidade em comparação a mistura farelo + óleo, maior conversão alimentar e o aumento da solubilidade de proteína em KOH 0,2% são os benefícios do farelo com alto teor de EE.


Em contrapartida, tais benefícios vêm acompanhados de um aumento de até 40,0% no preço final do produto em algumas regiões em comparação ao farelo de soja convencional. Ou seja, a adoção deste insumo exige a avaliação do ganho de desempenho a fim de justificar o aumento no investimento.


Em Minas Gerais e São Paulo o preço da tonelada do farelo de soja "gordo" varia de R$1.600,00 a R$1.790,00 contra a média de R$1.092,14 do farelo de soja convencional.


O farelo de soja gordo vem sendo utilizado na formulação de rações para bovinos de leite, matrizes suínas em lactação, frangos de corte e bovinos de corte em terminação.


Algumas empresas que produzem o farelo de soja integral em São Paulo são a Coacavo e a Naturalle Produtos Alimentícios Ltda. Em Minas Gerais, a Guimarães Cereais e a Alimenta Nutrição Animal. Em Goiás, a Okamoto e Caramuru Cereais produzem o ingrediente.


Veja na tabela 1 um resumo dos prós e contras do Farelo de Soja "Gordo"



Colaborou Renan Leão graduando em Engenharia Agronômica



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