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Scot Consultoria

Quem paga pelo prejuízo do Minha Casa, Minha Vida?


Terça-feira, 9 de setembro de 2014 - 16h45

Problemas sociais - soluções liberais
Liberdade política e econômica. Democracia. Estado de direito. Estado mínimo. Máxima descentralização do poder.


O jornal "O Globo" traz uma interessante reportagem sobre o uso do dinheiro sob poder do governo para fins de subsidiar, a fundo perdido, a construção de casa para o programa "Minha Casa, Minha Vida". De acordo com os dados apresentados, o Conselho Curador do FGTS reclama que a União Federal não repassou a parte dela no pagamento feito às construtoras dos imóveis do programa. De 2009 para cá, haveria um rombo de R$7,0 bilhões do governo, que teria sido coberto pelo FGTS gerido pela Caixa, e a estatal quer esse dinheiro de volta, sob pena de não gastar mais um centavo.


Mas o que há de mais interessante nessa reportagem é o fato de que apenas 17,5% dos recursos doados a fundo perdido são de responsabilidade da União, sendo todo o resto de responsabilidade da Caixa. O que a reportagem do jornal disse, sem querer dizer, é que, de 2009 para cá, além dos R$7,0 bilhões pagos em nome do governo, a Caixa pagou a título de subsídio o equivalente a R$40,0 bilhões.


Agora vamos relembrar o que é o FGTS. O Fundo de Garantia por Tempo de Serviço é uma poupança forçada, onde o governo obriga os trabalhadores a perder uma parcela de seu rendimento mensal e guarda esse dinheiro em uma conta vinculada ao CPF do indivíduo, com pagamento de juros abaixo da caderneta de poupança (sabidamente o investimento menos rentável e menos arriscado) para que, caso esse empregado venha a ser demitido, possa ter um dinheiro guardado em seu favor.


Esse dinheiro, que deveria ser uma salvaguarda do trabalhador, é usado em uma série de "investimentos" que supostamente preservariam o poder aquisitivo do dinheiro poupado, mas que na prática são destinados a projetos políticos duvidosos, como o "Minha Casa, Minha Vida", que gerou a maior inadimplência da história das linhas de investimento do Brasil.


O prejuízo, que já é de R$47,0 bilhões, poderá ser ainda maior nos próximos anos, e fica a dúvida sobre quem arcará com a peripécia: se o trabalhador do FGTS exclusivamente, ou se em companhia do pagador de imposto brasileiro. A única coisa certa é que esse dinheiro não sairá do bolso de quem provocou o prejuízo, ou seja, do bolso dos políticos do governo. 


Por Bernardo Santoro



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