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Scot Consultoria

Geração “Nem Trabalha, Nem Estuda”, Bolsa-Família e cultura


Quarta-feira, 14 de agosto de 2013 - 16h13

Problemas sociais - soluções liberais
Liberdade política e econômica. Democracia. Estado de direito. Estado mínimo. Máxima descentralização do poder.


Uma interessante reportagem do Jornal do Comércio fala sobre a nova Geração Nem-Nem, ou "nem trabalha, nem estuda", que seriam os jovens sem nenhuma perspectiva, que não buscam trabalho e nem querem estudar. A reportagem dá a entender que isso teria causa nas medidas assistencialistas  e que traria, como efeito, um interessante fenômeno de excesso de vagas de trabalho e de mão-de-obra desocupada por falta de qualificação.


Sugestão parecida trouxe reportagem do Globo de ontem.


Sobre a geração "nem-nem" ter causa em políticas assistencialistas, isso é uma meia-verdade. Do ponto de vista econômico, é evidente que políticas assistencialistas criam um incentivo para a não-produtividade. Por outro lado, a política assistencialista brasileira é meramente superficial, se comparada com outras nações. Não se pode afirmar que uma pessoa consegue ficar sem trabalhar ganhando o que uma família ganha no bolsa-família. Ao contrário, por exemplo, da Inglaterra, onde beneficiários de assistência social podem ganhar o equivalente a quatro mil reais mensais.


Com isso, mesmo pessoas que recebem assistência estatal a princípio estariam ainda em um estado de insatisfação tão grande que se lançariam ao mercado de trabalho. O problema parece ser então, não apenas econômico, mas cultural também.


O povo brasileiro, através de seus intelectuais e da sua rede educacional, parece impregnado da ideia de que trabalho assalariado é exploração. Essa ideia cultural é amplamente divulgada também entre sindicatos. A própria ideia de trabalho para menores de idade é vista com completo horror, ao passo que em um país como os EUA os pais estimulam as crianças, desde cedo, ao trabalho em setores menos exigentes, como vendinha de limonada e tarefas domésticas.


Enquanto não houver uma mudança não só nos estímulos econômicos, mas na ideia cultural da população, essa geração "nem-nem" tenderá sempre a aumentar, às custas do empobrecimento de toda a sociedade.


Por Bernardo Santoro



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