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Ajuda ao Chipre: as lições que ficam


Quinta-feira, 2 de maio de 2013 - 17h53

Problemas sociais - soluções liberais
Liberdade política e econômica. Democracia. Estado de direito. Estado mínimo. Máxima descentralização do poder.


Por Ligia Filgueiras


Na sequência da crise financeira cipriota, o Fundo Monetário Internacional e a União Europeia montaram um pacote de resgate para o Chipre que exigia que a pequena ilha-nação reduzisse seu setor bancário, excessivamente endividado, cujo tamanho era várias vezes o produto interno bruto do país. Se a economia do Chipre quebrar no futuro próximo, como se espera, há várias lições para o Chipre e para a União Europeia aprenderem.


- Em razão de sua economia, baseada no turismo e na atividade bancária, ser diferente do resto da economia europeia, o Chipre precisa perceber que a adesão ao euro foi um erro que agora vai levar a uma já esperada contração econômica de mais de 25 por cento no próximo ano.


- O Chipre também precisa entender que seu sistema bancário nunca deveria ter sido autorizado a crescer tanto, a ponto de chegar a ser sete vezes o tamanho da economia do país; nem a comprar títulos do governo grego num momento em que a Grécia estava lutando para sobreviver.


- O Chipre nunca deveria ter proposto um imposto sobre os pequenos depósitos bancários segurados, mas deveria ter usado a crise financeira como uma desculpa para sair do euro.


Para o Chipre, ser membro da União Europeia significa que o pacote de resgate vai exigir medidas de corte de orçamento, ao mesmo tempo em que toda a economia está sendo reestruturada, o que irá reduzir os setores de turismo e de exportação. Para o resto da Europa, os países do euro precisam agora se dar conta de que o euro deveria ter sido reservado apenas para os países mais importantes.


- Além disso, a União Europeia não deveria ter concordado com o imposto sobre os pequenos depositantes, o que enviou um mau sinal para os cidadãos dos países-membros, que agora temem pela inviolabilidade de suas contas bancárias.


- Como é provável que o pacote de resgate conduza ao colapso da economia cipriota, a União Europeia deveria ter incentivado o país a sair do euro.


- O pacote de resgate estabelece um precedente perigoso de desvalorização dos grandes depósitos em cerca de 60 por cento, o que, se usado como modelo para outros resgates como foi sugerido, poderá ser um erro caro.


Outra lição do pacote de resgate do Chipre é que a capacidade da chanceler alemã Angela Merkel em lidar com a crise da dívida da zona do euro foi reduzida devido à política interna alemã.


Fonte: The American. Por Desmond Lachman. 2 de maio de 2013.



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