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CEPEA - Milho


Sexta-feira, 12 de abril de 2013 - 16h10

O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA) é parte do Departamento de Economia, Administração e Sociologia (DEAS) da Esalq/USP.


Os preços do milho caíram no correr de março no mercado brasileiro. No acumulado do mês, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa, referente à região de Campinas-SP, caiu expressivos 10,2%, fechando a R$29,07/sc no dia 28. Se considerados os negócios também em Campinas, mas cujos prazos de pagamento são descontados pela taxa de desconto NPR, o preço médio à vista foi de R$28,59/sc no último dia do mês, queda de 10,3% em março.


Na média das regiões acompanhadas pelo Cepea, as cotações caíram expressivos 8,3% no mercado de balcão (recebido pelo produtor) e 6,7% no de lotes (negociação entre empresas) no mês de março.


Segundo pesquisadores do Cepea, a intensificação da colheita e as dificuldades logísticas pressionaram os valores do cereal. Os aumentos constantes dos custos de frete e as longas filas para o descarregamento fizeram com que compradores reduzissem o valor pago aos produtores e também no mercado de lotes. Além disso, o clima mais favorável na Argentina e nos Estados Unidos (que iniciam o cultivo em abril) gerou perspectivas de boas safras, influenciando os valores do cereal.


De maneira geral, o cenário que se observou em quase todas as regiões do Brasil no correr de março foi a típica "queda de braço" entre comprador e vendedor. Compradores consultados pelo Cepea tentaram pressionar as cotações, apostando em produção recorde.


A maior queda no preço em março foi verificada no Paraná, onde a colheita foi intensificada e os problemas logísticos se acentuaram. Em Paranaguá, as efetivações de milho posto no porto praticamente não ocorreram. Assim, no correr de março, os preços seguiram apenas nominais. Segundo levantamentos do Cepea, houve queda de 6% em março, com a saca de 60 kg a R$29,54 no dia 28. Colaboradores do Cepea sinalizaram negócios efetivos para os meses de abril e maio no patamar de R$30,00/sc. Ainda de acordo com agentes, as exportações de milho devem se aquecer a partir de julho.


Segundo dados da Conab, os novos dados de produção de milho na safra de verão divulgados em março foram reajustados para baixo frente ao relatório de fevereiro, enquanto os da segunda safra, para cima. Na temporada de verão, a Companhia aponta área de 7,14 milhões de hectares e produtividade de 4,87 t/ha. Com isso, a produção pode ser de 34,8 milhões de toneladas. Para a segunda safra, a Conab estima recorde de área em 8,27 milhões de hectares, com produtividade de cerca de 5,0 t/hectare. Se os dados se confirmarem, a produção seria de 41,3 milhões de toneladas na segunda safra.


No agregado, portanto, a área deverá ser de 15,4 milhões de hectares, a produtividade de 4,94 t/ha e a produção, de 76,1 milhões de toneladas, alcançando um novo recorde. A Conab também estima que o consumo interno fique em 52 milhões de toneladas e que as exportações de fevereiro/13 a janeiro/14 seja de, pelo menos, 15 milhões de toneladas. Se os dados se confirmarem, os estoques de passagens no final de janeiro/14 superariam os 15,5 milhões de toneladas, um recorde.


Além das questões voltadas à safra, o mercado passou a analisar os números do relatório mensal do USDA sobre oferta e demanda dos Estados Unidos, o qual apontou que os estoques finais do país na safra 2012/2013 foram mantidos em 16,06 milhões de toneladas e que a produção também não teve alteração frente ao relatório de fevereiro, mantendo-se em 273,83 milhões de toneladas. Porém, na safra 2010/11, os Estados Unidos produziram 316,17 milhões de toneladas e, na 2011/2012, 313,95 milhões de toneladas. O novo relatório manteve a área já prevista, de 35,36 milhões de hectares, e também a produtividade, de 7,74 toneladas por hectare.


A importação norte-americana na safra 2012/13 foi revisada para 3,18 milhões de toneladas, diante de 2,54 milhões de toneladas estimadas em fevereiro. O consumo doméstico foi ajustado para 265,11 milhões de toneladas - contra 262,57 milhões t no relatório anterior. As exportações, por sua vez, passaram a ser estimadas em 20,96 milhões de toneladas, e não mais em 22,86 milhões de toneladas.


Na BM&FBovespa, os vencimentos tiveram comportamento negativo em março. O contrato Mai/13 caiu 8,4%, para R$26,09/sc de 60 kg e Julho/13, 6,7%, para R$25,90/sc no dia 28 de março.


Na Bolsa de Chicago (CME/CBOT), os preços do milho caíram na maior parte do mês. A pressão veio da expectativa de safra recorde nos Estados Unidos - se o clima melhorar - e de melhora nas condições do solo para o cultivo de primavera. O primeiro contrato cedeu 3,4%, indo para US$6,9525 /bushel (273,70/t). O segundo contrato também teve perda expressiva de 3,9%, a US$6,7600/bushel (US$ 266,12/t) no dia 28.



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