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O que falta para despertar o “espírito animal”


Segunda-feira, 7 de janeiro de 2013 - 12h53

Problemas sociais - soluções liberais
Liberdade política e econômica. Democracia. Estado de direito. Estado mínimo. Máxima descentralização do poder.


A Folha de São Paulo trouxe, no domingo (23/12), uma pequena entrevista com o banqueiro Roberto Setúbal, presidente do Banco Itaú. Como bom banqueiro, evitou críticas ao governo pelo mau desempenho da economia brasileira em 2012 e até ensaiou alguns elogios, como a redução da taxa de juros e medidas de flexibilização.


Não dá mesmo para esperar atitude muito diferente de um banqueiro no Brasil, país onde o empresariado, muitas vezes por opção, outras por circunstâncias alheias à sua vontade, encontra-se permanentemente refém do governo. Apesar disso, Setúbal acertou em cheio ao afirmar que o famoso "espírito animal" dos empresários - metáfora cunhada por Keynes e frequentemente reivindicada pelo governo petista, choroso pela falta de investimentos privados - só é despertado, para valer, quando os empresários vislumbram bons lucros à frente.


Nenhum empresário vai arriscar recursos caso não sinta que existe um ambiente econômico e institucional favorável e ao mesmo tempo seguro aos investimentos. De forma geral, pouco adianta o governo tentar induzir novos investimentos com medidas fiscais pontuais ou através de parcerias onde a escolha dos campeões é feita previamente, sempre à custa do contribuinte ou dos consumidores. Tal modelo tem se mostrado totalmente inadequado, seja por conta da baixíssima performance das empresas subsidiadas, seja porque a economia como um todo vem dando sinais de fraqueza há tempos.


Na verdade, o governo deveria preocupar-se menos com a taxa de câmbio ou com a taxa de juros e mais com políticas microeconômicas que facilitem a vida e reduzam os custos das empresas. Para começar, que tal desburocratizar e facilitar o sistema tributário nacional, um emaranhado de leis, normas e regulamentos que praticamente ninguém entende, nem mesmo os próprios fiscais? Que tal arregaçar as mangas e, com coragem, enfrentar as guildas sindicais para tentar reduzir, um pouco que seja, esse verdadeiro manicômio trabalhista que nos rodeia? Que tal promover finalmente a abertura dos portos às nações amigas, medida prometida desde 1808 que jamais vingou? No campo da infraestrutura, que tal deixar de lado ideologias tacanhas e extemporâneas e partir para privatizações amplas, gerais e irrestritas?


Como se vê, o governo pode fazer muita coisa para despertar o "espírito animal" do empresariado brasileiro. Basta querer! 


Por João Luiz Mauad



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