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Scot Consultoria

O veto à comunicação desonesta no Brasil


Segunda-feira, 21 de maio de 2012 - 08h37

É professor titular de planejamento e estratégia na FEA/USP Campus Ribeirão Preto e coordenador científico do Markestrat.


Na Câmara dos Deputados em 16 de maio foi realizada mais uma audiência para discutir o recém-aprovado Código Florestal, que impactará nas atividades agrícolas. Deputados, jornalistas e interessados lotaram o auditório.


O evento teve detalhada explanação do relator, mostrando as mudanças do novo aparato institucional que visa contribuir ao avanço ambiental no Brasil. Segue-se uma apresentação do agro como o principal negócio da sociedade brasileira e abre-se aos debates, em mais um exercício de democracia.


Ao final de quase 5 horas, são evidentes os ganhos na compreensão dos presentes, e aparecem mais convergências do que divergências, mostrando consenso. O Código foi debatido por anos pela sociedade, em audiências por todo o país e foi aprovado democraticamente no Senado e na Câmara.


Este artigo chama a atenção para algo que será cada vez mais frequente e para o qual o agro deve estar melhor preparado: a perigosa inovação na batalha de comunicação, liderada por ONGs internacionais e nacionais, que encontram eco na parte desinformada e incendiária da imprensa e tem rápida adesão das mídias digitais e redes sociais.


Esta inovadora ação, encontrando eco na população desinformada, pois não dedicou tempo para estudar o Código, foi muito hábil para oportunisticamente colar o Código e a agricultura ao aumento do desmatamento, à motosserra, à destruição da Amazônia, secas, enchentes, desmoronamentos, aquecimento global e outros flagelos, cuja ciência leva tempo para desmistificar, mas desmistifica.


Destruição de árvores e matas são imagens sensíveis a todos os seres humanos e a campanha ganhou rapidamente conotação internacional, tendo ainda a sorte de ter a conferência Rio+20 como fato de pressão. Nota dez para a inovadora campanha, nota zero para o conhecimento, para a leitura e para a ética.


Associar a agricultura e o desenvolvimento do agro à destruição de matas foi uma deplorável, mas vencedora estratégia, que maculou a imagem nacional e internacional do principal setor econômico do país, responsável por US$100 bilhões em exportações.


O Código Florestal é similar a um processo de planejamento para uma organização. Após ampla discussão, o processo termina, aprova-se e coloca-se em marcha. Agora é sancionar, implementar e iniciar os debates para corrigir e continuamente aprimorar.


Aos que aderiram à inovadora campanha "Veta Dilma" na empolgação das mídias sociais, opiniões de artistas, intelectuais, empresários e ONGs, fica o aprendizado de sempre ler, estudar e perguntar sobre o assunto a quem é do ramo, antes de aderir à onda, para depois não se arrepender do ímpeto. Ver a vergonha que hoje passam os apocalípticos do aquecimento global.


Deve-se vetar os que desrespeitam quem acorda cedo e enfrenta todas as adversidades para plantar, produzir, industrializar e colocar comida boa e barata nas mesas dos brasileiros e que financiam, com os alimentos exportados para as mesas estrangeiras, as importações dos equipamento digitais usados na campanha.



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