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Scot Consultoria

Carne de búfalo: qualidade ótima, mas os manejos ainda são ruins


Segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012 - 18h14

Engenheiro agrônomo formado pela Esalq – USP e consultor agropecuário.


A carne de búfalo, comparada à carne bovina, segunda renomadas instituições de pesquisas contém: -40% menos colesterol; -12 vezes menos gordura; -55% menos calorias; -11% a mais de proteínas; -10% a mais de minerais. Quais motivos o brasileiro, povo que vive em busca de uma vida saudável, ainda não aumentou o consumo desta carne? Face as grandes diferenças regionais, o mercado da carne bubalina no Brasil possui marcantes contrastes, tornando difícil e complexo o estabelecimento de estratégias e metas que visem identificar os elos fracos da cadeia. Dentre os maiores “vilões” da comercialização de carne de búfalo destacam-se a falta de escala de abate. A solução para a organização da cadeia produtiva não tem uma só “receita” e é certamente diferente para cada realidade regional. No Amapá, por exemplo, o rebanho de búfalos já é três vezes maior do que o bovino. Os bubalinos estão distribuídos em áreas inundáveis do Estado, nos municípios de Amapá, Pracuúba, Cutias do Araguari, entre outras localidades da costa do Amapá. Porém, a quantidade não é proporcional à qualidade do manejo dos animais e das pastagens. A realidade mostra que a maioria dos criadores de búfalos não faz o manejo adequado das pastagens, mantendo um número de animais maior do que a pastagem suporta. Estes ruminantes não tem a disposição áreas com boa oferta de forragem. Por isso fogem em busca de comida e levam a fama de quebradores de cerca. Essa distorção provoca problemas ambientais como degradação das pastagens, diminuição de animais silvestres e surgimento de plantas invasoras, principalmente o algodão bravo. Esse problema já se acumula há cerca de 30 anos. Hoje é a principal planta invasora dos pastos do Amapá. Estudiosos do assunto apontam que existem cerca de 100 mil hectares de pastagem nativa do estado atingidos pelo algodão bravo, um arbusto que se dissemina rapidamente, e por ser uma planta tóxica mata o animal. É necessário que a criação de búfalos seja encarada, principalmente no Norte de país como uma criação comercial de bovinos onde são destinadas estratégias técnicas aos projetos. Controles de daninhas, pastejo rotacionado, reforma de pastagens, correções e adubações, suplementação mineral, vermifugação são manejos básicos que devem ser adotados. A expertise da pecuária nacional deve ser aplicada na criação de búfalos, do contrário não deve haver evoluções significativas. Um grande trabalho já é feito pela Associação Brasileira dos Criadores de Búfalos (ABCB). No site da mesma encontrasse contato dos principais criadores do Brasil o que é uma forma de difusão de tecnologia.
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