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Scot Consultoria

Alimentação e manejo de bezerras leiteiras - parte II


Sexta-feira, 26 de agosto de 2011 - 15h33

Engenheiro agrônomo, doutor em produção animal e pesquisador científico/APTA Colina-SP.


Nesta edição, serão abordadas questões relacionadas ao manejo após o desaleitamento e parâmetros para avaliação das bezerras. MANEJO APÓS O DESALEITAMENTO (60 DIAS DE IDADE) A atenção por parte do tratador após o desaleitamento deve ser redobrada, pois este é um período crítico no sistema de produção de bezerras. É um momento que os animais passam por muitas mudanças, tais como: A fonte principal de nutrientes muda de líquido para sólido. A bezerra, antes monogástrica, transforma-se em ruminante e tem que se adaptar ao novo processo de digestão e fermentação; A quantidade de matéria seca é reduzida drasticamente. “...o estresse ao desaleitamento é potencializado quando outras práticas de manejo são executadas ao mesmo tempo...” Vale ressaltar que o estresse ao desaleitamento é potencializado quando outras práticas de manejo são executadas ao mesmo tempo (descorna, mudança de instalação, mudança do tipo de dieta, principalmente no concentrado ou no volumoso, etc.). Neste sentido, para reduzir o estresse ao desaleitamento, recomenda-se a permanência dos animais no mesmo ambiente por mais duas semanas após a retirada da dieta líquida. Os animais devem receber água e o mesmo concentrado e volumoso. Deste modo, ocorrerá menor estresse, pois os animais perderão o hábito da ingestão de dieta líquida. Em seguida a este manejo, as bezerras podem ser criadas seguindo as seguintes recomendações: 1º LOTE COLETIVO (TRANSIÇÃO): Esta fase é onde ocorre a segunda maior incidência de doenças, em virtude do que foi comentado anteriormente. É de suma importância estar atento aos cuidados, principalmente nutricional e sanitário. O tamanho do lote não deve exceder oito animais (peso entre 75kg e 100kg). Este procedimento permite que os mesmos sejam observados mais criteriosamente. A área necessária para os piquetes é de 15 a 45 m2/animal. Já a área de cocho é de 30 cm/animal e a de sombra1 m2/animal. O manejo alimentar nesta fase consiste de dieta contendo: Volumoso: dar preferência ao feno de alta qualidade, podendo fornecer também gramíneas verdes, silagem de milho ou sorgo ou cana-de-açúcar. Concentrado: manter o mesmo utilizado na fase anterior. A quantidade a ser ofertada dependerá da qualidade dos alimentos volumosos disponíveis e dos objetivos da exploração, principalmente da idade desejada para a primeira parição. Normalmente, limita-se de 1kg a 2kg por animal/dia. Sal mineralizado: deve estar à disposição dos animais. Água limpa e fresca à vontade. O programa de controle sanitário deve ser adotado de acordo com as enfermidades que ocorrem na região e a legislação vigente. A condição corporal nesta fase deve ser maior que 3 (escala 1 a 5). 2º LOTE COLETIVO O tamanho do lote não deve exceder oito animais (peso entre A área necessária para os piquetes, as áreas de cocho e de sombra são as mesmas adotadas na fase anterior. Quanto à alimentação, pode-se utilizar concentrado de menor custo, utilizando-se alimentos alternativos para substituir o milho e o farelo de soja, respeitando-se a limitação nutricional. “Quanto à alimentação, pode-se utilizar concentrado de menor custo, utilizando-se alimentos alternativos para substituir o milho e o farelo de soja...” Com relação à pastagem, nesta fase, os animais devem dispor, com exclusividade, de pelo menos dois piquetes para rodízio. As bezerras são muito seletivas no pastejo, sendo a qualidade e disponibilidade de pasto de grande importância para o desenvolvimento das mesmas. A carga animal durante esta fase deve ser branda. O sal mineralizado deve estar à disposição dos animais. Água limpa e fresca à vontade. O programa de controle sanitário deve ser adotado de acordo com as enfermidades que ocorrem na região e a legislação vigente. A condição corporal nesta fase deve ser de 3,0 a 3,5. 3º LOTE COLETIVO O tamanho do lote pode ser maior e comportar de 15 a 20 animais com peso entre 125kg a 175 kg. A área de cocho deve ser de 40 cm/animal e deve-se manter os cuidados com a sombra. O fornecimento de concentrado às bezerras é dependente da qualidade do volumoso utilizado e do plano de alimentação adotado. Em geral, nessa fase é necessário o fornecimento de 1kg a 2kg de concentrado com 16% de PB e 66% de NDT. Na elaboração do concentrado, pode-se utilizar alimentos alternativos disponíveis e de baixo custo. “Com relação à pastagem, nessa fase, os animais devem dispor, com exclusividade, de pelo menos dois piquetes para rodízio.” Com relação à pastagem, nessa fase, os animais devem dispor, com exclusividade, de pelo menos dois piquetes para rodízio. O sal mineralizado deve estar à disposição dos animais. Água limpa e fresca à vontade. O programa de controle sanitário deve ser adotado de acordo com as enfermidades que ocorrem na região e com a legislação vigente. A condição corporal nesta fase deve ser de 3,0 a 3,5. AVALIAÇÃO DAS BEZERRAS Dentre os fatores que devem ser avaliados para verificar se as bezerras estão sendo bem criadas, destacam-se os seguintes: Taxa de mortalidade: o ideal é não perder nem uma bezerra, mas considera-se aceitável uma taxa de 5% de mortalidade ao ano. Taxa de morbidade: pode ser avaliada pelos gastos com medicamentos. Quanto menor o gasto com remédio, melhor o desempenho dos animais e menor a morbidez. Os pesos dos animais podem ser utilizados para monitorar o crescimento das bezerras (tabela 1). “...devem ser avaliados a taxa de mortalidade, a taxa de morbidade, o peso dos animais, o aspecto geral e condição corporal das bezerras.” Aspecto geral e a condição corporal: as bezerras, durante a fase de cria, devem apresentar condição corporal, em média, igual a 3, numa escala 1 a 5 (sendo 1= muito magra e 5 = obesa). CONSIDERAÇÕES FINAIS A adoção de boas práticas de manejo, como alimentação correta da vaca gestante e o fornecimento do colostro o mais cedo possível após o nascimento, reduz as taxas de morbidade e mortalidade das bezerras, promovendo maior eficiência técnica e econômica na atividade leiteira. Vale ressaltar que o mais importante nessa fase é propiciar boas condições corporais para as bezerras, evitando que fiquem subnutridas ou supercondicionadas.
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