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Scot Consultoria

Não sei, ninguém sabe


Quinta-feira, 21 de julho de 2011 - 16h51

Engenheiro agrônomo pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz – USP. Diretor-fundador da Scot Consultoria. Analista e consultor de mercado, com atuação nas áreas da cadeia de pecuária de corte, de leite, ovinos, grãos e insumos agropecuários. Palestrante, facilitador e moderador de eventos conectados ao agronegócio. Presidente da Associação dos Profissionais para a Pecuária Sustentável. Membro do Conselho Consultivo da Phibro, Membro do Conselho Técnico do programa Bifequali da Embrapa Sudeste e coordenador das ações gerais da Scot Consultoria.

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Colaborou Hyberville Neto Estive na Feicorte, que aconteceu de 13 a 17 de julho, em São Paulo. A Scot Consultoria participou, durante a feira, de onze eventos, entre palestras e mesas redondas. Eu participei de alguns desses eventos e em todos em que participei e, nos estandes que visitei, fui saudado com a seguinte pergunta: - Qual será o preço do boi gordo no segundo semestre? Difícil de responder, não é mesmo? Mas, se é impossível determinar um número para o preço da arroba do boi gordo, é possível desenhar um cenário com base nos acontecimentos passados. Elaborar uma perspectiva com base numa retrospectiva. Desse modo apuramos a média do preço da arroba do boi gordo nos primeiros semestres dos últimos quinze anos e fizemos o mesmo com a cotação da arroba do boi gordo nos segundos semestres (14 anos). Para essas contas escolhemos a praça pecuária de São Paulo. Comparamos a diferença entre os valores médios dos primeiros semestres e dos segundos semestres. Os resultados estão expressos na tabela 1. Em catorze anos, somente em dois deles o preço médio caiu no segundo semestre. Isso aconteceu em 2005 e em 2009. E por que isso aconteceu? Em 2005 tivemos os surtos de febre aftosa no Mato Grosso do Sul e no Paraná, que resultaram no embargo da importação de carne brasileira, aumentando a oferta no mercado interno. Quadro agravado com uma superprodução, o que acabou derrubando os preços. E, em 2009, recebemos no peito as consequências da crise global que eclodiu no final de 2008. O crédito sumiu, os calotes aumentaram e o resultado foi uma tremenda retração da exportação de carne. Data daí o início da quebradeira dos frigoríficos. Em 2009 também tivemos um inverno chuvoso. A oferta foi contínua. Nesse ano os confinadores tiveram que pular miudinho. Em doze anos a cotação da arroba do boi gordo foi maior nos segundos semestres e em dois foi menor. O ágio médio dos quatorze anos, incluindo 2005 e 2009, é de 9,5%. Se, aplicarmos esse ágio à média apurada para o preço da arroba do boi gordo no primeiro semestre se 2011, o preço médio da arroba no segundo semestre seria de R$110,80. Quer dizer então que o preço médio da arroba do boi gordo no próximo semestre será de R$110,80? Não sei, ninguém sabe. Mas a probabilidade do mercado do boi gordo ser firme no segundo semestre é grande. Pelos menos os grandes fatores de depressão que abalaram os preços no passado não estão no horizonte visível. Jogando contra há o aumento do endividamento de quem compra carne, segundo o Indicador Serasa Experian de Inadimplência do Consumidor, a inadimplência média nos primeiros cinco meses deste ano foi 20,8% maior que no mesmo período de 2010. Há também a concorrência exercida pelas carnes de frango e de suíno. Em junho, no mercado atacadista, com o que se gastava para comprar um quilo de boi casado, comprava-se 2,6kg de carne de frango e 1,7kg de carne suína. Tais relações são as maiores desde 2006. Comparando-se as relações médias com a carne bovina, compravam-se ao fim de junho 34% mais frango e 41% mais carne suína. Dureza!
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