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Scot Consultoria

Acurácia: relação de risco para as decisões de seleção


Sexta-feira, 19 de novembro de 2010 - 11h27

Zootecnista, doutor pela Fzea/USP e colaborador da Scot Consultoria.


O que é e qual sua importância? A acurácia ou confiabilidade de uma estimativa é uma medida da correlação entre a estimativa e o valor real do parâmetro. Em outras palavras, reflete o quanto o valor estimado está próximo do real. O valor da acurácia varia de 0 a 1 (0 a 100%). Conforme os valores se aproximam de 1, maior será a confiança na estimativa (consequentemente, menor o risco de erro a partir do uso da informação). A importância da relação entre o risco (acurácia) e os programas de melhoramento genético animal surge do fato que as informações do potencial genético dos reprodutores são estimativas. As informações do potencial genético dos reprodutores apresentada nos sumários ou catálogos de sêmen são estimados (ou seja, os dados de potencial genético dos reprodutores são expectativas avaliadas a partir de análise estatística do desempenho fenotípico desses animais e/ou de seus parentes). Certamente que os compradores de material genético selecionado buscam animais de elevado potencial genético e, na maioria das vezes, que essas informações sejam acuradas (tanto quanto possível). Do que depende a acurácia? Estimativas acuradas dependem da quantidade de informações a respeito de um touro. Vale ressaltar que a acurácia não depende somente do número de filhos avaliados, mas também do número de parentes avaliados (pedigree) e dos diferentes ambientes que as progênies foram expostas (por exemplo, 30 progênies em vários grupos contemporâneos contribuem mais para a acurácia do que 30 progênies em um único grupo de contemporâneos). Assim, é comum, por exemplo, que touros com maior número de filhos do que outros apresentem acurácias maiores, devido à contribuição de maior número de parentes na estimação de seu valor genético. Importância prática O conceito de acurácia é muito importante para um criador, pois indica o "risco" da decisão. Caso o criador tenha um pequeno rebanho de alto valor genético, seria arriscado utilizar um reprodutor cujo valor genético (DEP) tenha baixa acurácia, pois o valor estimado não é muito "confiável". Por outro lado, se o criador tem um porte maior e está mais disposto a riscos com parte de sue plantel (e talvez aferir maiores lucros), ele poderá investir adquirindo tourinhos (ou sêmen) com alto valor genético e baixa acurácia que, em geral, são mais baratos. Se o tourinho confirmar seu alto potencial genético a campo, esse criador terá feito um bom negócio. Mas se tiver um pior desempenho, apenas parte dos seus produtos será originária de touros "inferiores". Vale lembrar que o valor da herdabilidade está relacionada positivamente com a acurácia, uma vez que ambas dependem do resultado da correlação entre genótipo e fenótipo. Isso implica que para características com herdabilidade alta (ou de moderada a alta), a acurácia dos valores genéticos é igualmente elevada. Ou seja, as estimativas baseadas no desempenho do próprio animal (teste de desempenho) já é suficientemente acurada (confiável). Quando a herdabilidade da característica é baixa (ou de moderada a baixa), a acurácia dos valores genéticos é também baixa. Nesse caso, informações complementares dos ascendentes (pais avós) e descendentes (testes de progênie) podem contribuir para que as estimativas de valores genéticos sejam mais confiáveis e próximas do real. Deve-se ressaltar que o uso exclusivo de animais com informações acuradas, quando oriundas de análise do desempenho de suas progênies, podem aumentar o intervalo de gerações e diminuir o progresso genético anual. O uso de reprodutores jovens, com baixa acurácia, pode aumentar o risco, mas, pode igualmente potencializar o ganho de seleção.
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