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Scot Consultoria

Problemas no campo - parte II


por Otaliz

Terça-feira, 1 de novembro de 2005 - 13h08

É médico veterinário e instrutor do Senar – RS.


  • Afirmei na edição nº 89 deste informativo que o modesto desempenho produtivo da grande maioria das empresas rurais brasileiras deve-se a duas questões básicas: ao baixo grau de escolaridade do produtor rural e às ineficiências dos serviços oficiais ou particulares de extensão rural e assistência técnica. É sobre esta última questão que vou discorrer agora.
    AS INEFICIÊNCIAS
  • Recentemente uma importante empresa gaúcha – compradora de leite – dispensou praticamente toda a sua equipe técnica. Certamente deve ter avaliado que o fato de oferecer assistência técnica gratuita para os seus fornecedores não a tornava mais atrativa ou competitiva do que as outras empresas concorrentes que não dispõem desse serviço.
  • É triste mas, também é forçoso reconhecer que para uma parcela importante dos produtores leiteiros, ter ou não ter assistência técnica faz pouca diferença. Entre receber alguns centavos a mais por litro de leite ou dispor desse serviço, optam pela segunda alternativa.
  • No cerne desta questão está a ineficiência dos serviços de extensão e assistência técnica. De um modo geral os técnicos agrários (veterinários, agrônomos, zootecnistas e técnicos agrícolas) priorizam a tecnologia de produto sobre a tecnologia de processos.
  • As atividades de um modo geral resumem-se a ações pontuais, isoladas, desprovidas de qualquer planejamento e não contemplam o processo produtivo como um todo. É mais fácil dar receitas do que transferir conhecimentos.
  • A ineficiência dos serviços de extensão é conseqüência da formação inadequada dos técnicos. As universidades brasileiras estão cada vez mais fechadas em si mesmas, enclausuradas, distantes do meio rural e não propiciam aos seus estudantes atividades práticas realizadas no campo que, no futuro, será o ambiente onde deverão atuar essas profissionais.
  • Cada vez formamos mais acadêmicos e menos extensionistas. Durante a graduação os estudantes deveriam passar menos tempo encerrados em salas de aula, recebendo conteúdos teóricos – às vezes de pouca ou nenhuma utilidade prática – e mais tempo no campo, convivendo com produtores, conhecendo os problemas e aprendendo a encontrar soluções.
  • Mais do que especialistas, os produtores rurais precisam de extensionistas competentes, solucionadores de problemas, com visão holística e capazes de conduzir o processo produtivo no sentido de aumentar a eficiência e a rentabilidade da empresa rural.
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