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MT: queda no rebanho pressiona os preços


Sexta-feira, 28 de janeiro de 2011 - 09h39

Segundo a Acrimat, o ano começa com um estoque de machos disponíveis para o abate de 3.950.585 cabeças, 231 mil a menos que o estoque registrado em 2010. A oferta de boi gordo para abate no Estado em 2011 será 5,5% menor que o verificado no ano passado, segundo informou ontem (27) a Acrimat (Associação dos Criadores de Mato Grosso). Uma menor oferta significa mais pressão sobre os preços. Assim, pode-se dizer que a carne continuará em alta pelos próximos meses. O ano começa com um estoque de machos disponíveis para o abate de 3.950.585 cabeças, 231 mil a menos que o estoque registrado em 2010. Para 2012, a previsão é que suba para 4.053.494 e em 2013 a projeção é de 4.540.762. Essa queda de oferta no Estado que detém o maior rebanho bovino do Brasil, com 28,7 milhões de cabeças, é reflexo do abate excessivo de fêmeas no período de 2006 a 2008. “Esses números demonstram que a oferta de boi pronto para o abate este ano será mais restrita que a do ano passado”, analisou o presidente da Acrimat, José João Bernardes. “Não podemos dizer que vai faltar boi, pois depende da demanda do mercado interno e externo, mas temos que ressaltar que temos 5,5% a menos de animais disponíveis para abate este ano. Caso continue no mesmo patamar, o número de boi gordo será bem justo nos próximos anos, voltando a um equilíbrio possivelmente em 2014”. Essa pressão do mercado esta fazendo o setor pecuário mudar. “Essa mudança está ligada principalmente ao aumento na eficiência de produção. O produtor esta investindo mais em tecnologia, no melhoramento genético, na alimentação do rebanho”, afirmou Mauricio Campiolo, diretor da Acrimat. Essa análise é comprovada no comparativo dos dados de abates de machos entre 2009 e 2010. Em 2009 o número de animais até 24 meses abatidos foi de 67,5 mil. No ano seguinte foi registrado um aumento de 76,2%, saltando para 119 mil cabeças. Na faixa etária de 24 a 36 meses a variação foi de 17,5%, saindo de 1,4 milhões para 1,7 de animais abatidos. E entre os animais acima de 36 meses, houve uma redução de 13%, baixando de 1,1 milhão de cabeças para 975 mil. Diante desses números, a expectativa é que o preço da arroba do boi se mantenha nos patamares de 2010, já que a escala nos frigoríficos deve continuar curta. “Mas é bom que fique claro que essa restrição não esta acontecendo por causa do pecuarista, que não tem nenhum interesse em segurar o boi no pasto para forçar alto de preços, pois economicamente não é vantagem”, explica Luciano Vacari, superintendente da Acrimat. Para ele, o produtor vem fazendo sua parte quando investe pesado para aumentar a produtividade, “mesmo sem contar com nenhum aporte por parte do governo, já que não existe uma política de financiamento que atenda o setor”. Quanto ao consumidor, a previsão é que o preço da carne terá pouca margem para baixar. A Acrimat acredita que o varejo não tem motivo para aumentar os preços, pois conta com muita gordura para queimar com os preços praticados no ano passado. Nos últimos cinco anos, enquanto o preço da arroba teve um acréscimo de 100%, o varejo aumentou o preço da carne em mais de 150%, segundo a entidade. “O preço da carne não dever ter muita variação este ano por alguns fatores: a carne bovina não vai ter concorrentes, pois o preço do frango e do suíno depende do custo de produção, onde entra os grãos, principalmente o milho, que esta em alta. A oferta de gado vai continuar restrita e a demanda por alimentos é crescente, assim como o poder aquisitivo da população”, analisou Bernardes. Fonte: Diário de Cuiabá. 28 de janeiro de 2011.
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