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Scot Consultoria

Preço de alimentos sobe quase 10% e afeta mais pobres


Segunda-feira, 27 de dezembro de 2010 - 09h06

A alta dos preços dos alimentos pesou mais no orçamento dos mais pobres - que gastam um terço do que ganham com comida. Até novembro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), segundo o IBGE, que se refere às famílias com rendimento de um a seis salários mínimos, variou 5,83%. Um resultado fortemente influenciado pelos preços dos alimentos, que, pelo índice, subiram 9,59% no ano. Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) - usado no regime de metas do governo - fechou até novembro em 5,25%, e os alimentos, em 8,95%. O alívio para os brasileiros de todas as faixas de renda, no entanto, não deverá chegar no ano que vem. Os preços internacionais dos alimentos estão, de acordo com informes da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), próximos às máximas históricas que registraram em junho de 2008, apesar da melhora de projeções para produção global de cereais nesse ano. Impacto direto sobre renda menor - O impacto dos alimentos é muito maior entre os brasileiros de menor renda. É um impacto direto na veia e o governo deveria olhar mais atentamente para isso. O poder de renda dessa camada da população se deteriora mais do que aqueles com mais renda - diz Eduardo Velho, economista-chefe da Prosper Corretora, acrescentando que, com os preços salgados, o comércio que vende alimentos já apresentou retrações nas vendas em novembro. - Preços altos levam a substituições ou mesmo a um freio no consumo. O economista André Braz, da Fundação Getulio Vargas (FGV), lembra que, a despeito da alta dos preços, houve uma expansão na renda dos trabalhadores. E essa expansão é o que garante que os brasileiros mais pobres continuem a manter os produtos básicos à mesa. Estudo complementar da POF 2008/2009 do IBGE, contudo, faz um alerta: o brasileiro está comendo mais, mas a qualidade da alimentação piorou. - Ainda que muitos analistas apontem para alta nos preços dos alimentos no ano que vem, ainda há dúvidas. Muitos alimentos encareceram muito e, portanto, há gordurinhas no preço que podem ser cortadas. É o caso do feijão e das carnes que já tiveram um recuo nos preços - afirma André Braz. A recepcionista Daniele da Silva, de 25 anos, sentiu na mesa os efeitos dos preços mais altos. Para se adaptar aos novos preços dos alimentos, foi necessário fazer alguns ajustes no cardápio da família. - Eu costumava comprar contrafilé, mas agora estou substituindo por acém. Estou sem fazer compras grandes há dois meses. Vou abastecendo o que vejo que está faltando, prestando atenção nas promoções. Substituindo um produto mais caro por outro que sei que não é a mesma coisa, mas é mais barato - afirma ela. - Natal tem que ter a ceia, vou dar um jeito, comprar um peru. Mas não vai ser "aquela ceia". Fonte. Agência O Globo. 26 de dezembro de 2010.
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