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Para associação de pecuária orgânica, mercado vai exigir produto sustentável


Sexta-feira, 12 de novembro de 2010 - 09h28

O presidente da ABPO (Associação Brasileira de Pecuária Orgânica), Leonardo Leite de Barros, disse nesta quarta-feira (10), em Corumbá, que o mercado passará a exigir produtos sustentáveis. “O consumo consciente veio para ficar.” A afirmação foi feita durante a mesa redonda “Atividades Econômicas no Pantanal: desafios e alternativas”, realizada nesta quarta-feira (10) à tarde no 5º Simpan (Simpósio sobre Recursos Naturais e Socioeconômicos do Pantanal). Segundo ele, a produção orgânica já não é uma vantagem competitiva. “O nicho de mercado orgânico conquistou seu espaço e vai continuar existindo. Mas a palavra ‘sustentável’ ganhou um peso muito maior”, afirmou. Leonardo disse que a ABPO está trabalhando na criação de uma nova certificação para a pecuária pantaneira, que não seja tão restritiva como é o modelo orgânico. A pecuária tradicional praticada no Pantanal está muito próxima da sustentabilidade. O gado consome pastagem nativa, convive em harmonia com a fauna silvestre, a concentração de animais por área é menor (pecuária extensiva), o uso de insumos externos é reduzido e caracterizado basicamente pelos sais minerais e vacinas. Pecuaristas tiveram que se adaptar aos ciclos de cheia e de seca do Pantanal, muitas vezes transferindo o rebanho de área na época de inundação. A atividade econômica é praticada no Pantanal há 270 anos e mesmo assim a planície pantaneira tem 87% de sua vegetação nativa conservada. “A conservação ambiental deve ter seu valor. Temos que criar um ambiente para valorizar nosso produto”, disse o presidente da ABPO. Para ele, essa informação precisa ser levada ao consumidor final e os governos estaduais, de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, devem ajudar nessa tarefa. Seguindo esse raciocínio, a Embrapa Pantanal iniciou em abril de 2010 o projeto de comunicação “Construção da Imagem da Pecuária Sustentável do Pantanal”, que tem a finalidade de divulgar para os brasileiros o modelo de pecuária praticado pelos produtores tradicionais do Pantanal. Esse projeto tem foco em veículos de comunicação de circulação nacional, instalados nos principais centros do país, como Rio de Janeiro, São Paulo e interior paulista. Reportagens sobre o assunto foram publicadas em outubro nos veículos Folha de S.Paulo e no jornal O Globo. O jornal O Dia, do Rio de Janeiro, também abordou o tema, em setembro. Em 2011, outras redações serão visitadas por jornalistas do projeto e profissionais da mídia serão convidados a conhecer a pecuária sustentável do Pantanal. São parceiros deste projeto de comunicação a própria ABPO, a Acrimat (Associação de Criadores de Mato Grosso), a UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), a UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso), a ONG WCS (Associação Conservação da Vida Silvestre) e a Fundação Barbosa Rodrigues. ORGÂNICOS Leonardo contou que produz bois orgânicos há cinco anos. Para ele, o associativismo é fundamental para viabilizar a produção e o mercado. “A ABPO fez uma aliança com o frigorífico JBSFriboi, que criou a marca Organic Beef. Hoje temos cerca de 100 mil hectares certificados, com 50 mil animais no programa”, afirmou. A expectativa é que em 2011 existam 180 mil hectares certificados e sejam abatidos mil animais por mês. Atualmente são abatidos entre 300 e 400 animais por mês, mas o abate é semanal. “Hoje não vendemos apenas carne. Vendemos um conceito, temos um produto padronizado e uma produção responsável.” Para valorizar essa produção, a ABPO está negociando com o governo de Mato Grosso do Sul uma redução no ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). “Queremos um incentivo fiscal para o gado originário do Pantanal, que possa ser auditado, sem necessariamente ser orgânico. Isso sim vai criar uma vantagem competitiva”. Essa negociação está completando três anos, segundo Leonardo. O Simpan é uma realização da Embrapa Pantanal (Corumbá-MS), Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, ICS do Brasil (Instituto de Comunicação Social) e da UFMS. Tem correalização da Prefeitura Municipal de Corumbá e patrocínio da Petrobras. Apóiam a iniciativa o Centro de Tecnologia Mineral, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Ministério da Ciência e Tecnologia, Prefeitura Municipal de Ladário, Universidade Uniderp, Hotel Gold Fish, Seher Turismo, Centro de Convenções do Pantanal de Corumbá “Miguel Gomez” e Universidad Pública René Moreno do Governo Departamental de Santa Cruz/Bolívia. Fonte: Embrapa Pantanal. 11 de novembro de 2010.
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