Nestlé vê filão entre farmácia e alimentação

A Nestlé acaba de colcoar em marcha um ambicioso projecto com o qual pretende explorar a oportunidade de negócio que existe entre o mundo da alimentação e a farmácia. Para tal criou a Nestlé Health Science, um empresa independente, controlada a cem por cento pela multinacional suíça e presidida pelo espanhol Luis Cantarell. Aquele responsável, em entrevista, aclara que o objectivo do maior grupo alimentar do mundo não passa por converter-se numa empresa farmacêutica, mas sim por contribuir para que a população envelheça com uma melhor qualidade de vida. “Vemos que existe um mundo entre as farmacêuticas e a alimentação que é, claramente, uma magnífica oportunidade de criar valor para a empresa e para a sociedade”, afirma Cantarell, que, até Janeiro, manterá a sua actual posição de máximo responsável da Nestlé para todo o continente americano. “Esta nova empresa – argumenta - não quer ser uma companhia farmacêutica, porque não pretendemos curar; pretendemos prevenir e melhorar a qualidade de vida dos doentes crónicos”. Assim, Cantarell assegura que a Nestlé Health Science pode contribuir para a redução da cada vez mais avultada ‘factura sanitária’ dos países, onde os ministros, “mais do que ministros de saúde, são realmente ministros da doença, porque não trabalham na prevenção”. Modelo insustentável “Os custos com a saúde estão a crescer de forma exponencial em todo o mundo; claramente o sistema não será sustentável se não se alterar este estado de coisas”. Para contribuir para a prevenção desta situação, a Nestlé Health Science definiu quatro áreas prioritárias para começar a trabalhar: diabetes, obesidade, doenças cardiovasculares e doença de Alzheimer. O objectivo é lançar no mercado produtos destinados e esses grupos, que serão comercializados, fundamentalmente, através do canal farmacêutico. “Não estamos a falar de fazer bebidas ou pratos funcionais, porque isso já o fazemos com a nossa companhia tradicional; a Nestlé Health Science quer ser um salto quântico, algo muito distinto, não será uma extrapolação do que o já fazemos agora”, aponta o presidente. Fonte: Expansión. 21 de outubro de 2010.
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