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Soja: menor intervenção de novo governo argentino pode acirrar concorrência de grãos com o Brasil


Quarta-feira, 25 de novembro de 2015 - 05h58

Antes mesmo do resultado, a perspectiva de mudança de governo já se refletia em pressão especialmente sobre as cotações do farelo de soja nos Estados Unidos e no Brasil. Conforme dados do Cepea, na última semana, o preço FOB Paranaguá do farelo (em dólar) para embarque em dezembro/15 esteve 11% menor que na semana de 19 a 23 de outubro, que antecedeu o primeiro turno das eleições na Argentina. O contrato fevereiro/16 teve redução de 9%. Para agravar a situação de vendedores brasileiros, o dólar se desvalorizou 4% no mesmo comparativo. Além da Argentina, a pressão foi causada também pelas quedas na Bolsa de Chicago (CME Group), tendo em vista a finalização da colheita nos Estados Unidos. Da semana de 19 a 23 de outubro até a última, o contrato dez/15 teve perda de 7% e o mar/16, de 6%.


A Argentina é o terceiro maior exportador e esmagador de soja, liderando as exportações de farelo e óleo. Pesquisadores do Cepea comentam que, na expectativa de maior oferta de soja, pode-se apostar em maior processamento interno e elevação da disponibilidade de derivados ao mercado internacional.


Conforme a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, animados com a possibilidade de mudança de governo, produtores argentinos já vinham preparando e cultivando áreas que antes estavam abandonadas, o que tende a elevar a estimativa de área para diferentes culturas. No caso da soja, a estimativa atual é de que alcance 19,8 milhões de hectares, dos quais 31% já foram semeados, ritmo praticamente igual ao de 2014.


Brasil


Levantamentos do Cepea indicam que o cultivo da safra brasileira foi intensificado nos últimos dias e está praticamente no mesmo percentual que há um ano. Há relatos de que haverá necessidade de replantio em algumas áreas nos principais estados produtores. No Sul do país, o motivo é o excesso de chuvas, especialmente as áreas de cultivo convencional e/ou de menor palhada. Já no Centro-Oeste, especialmente em Mato Grosso e Goiás, o problema seriam as chuvas esparsas e em pequenas quantidades.


Pesquisadores do Cepea ressaltam que, como um maior percentual da área foi cultivado nas últimas semanas, ao contrário de anos anteriores, estas lavouras tendem a ser mais influenciadas pelas chuvas especialmente do início de 2016. Caso as precipitações sejam favoráveis, a produtividade deve crescer, mas, caso fiquem abaixo do esperado, a situação pode se complicar. Por enquanto, o que se espera é safra recorde.


Ferrugem


A ocorrência de ferrugem asiática está mais intensa neste ano. Até o final de novembro de 2014, haviam sido registrados 44 focos (16 em Mato Grosso, 17 no Rio Grande do Sul e o restante nos demais estados produtores); já neste ano, até o dia 20, dados do Consórcio Antiferrugem da Embrapa apontavam 66 focos em todo o país, o estado com maior incidência foi o Rio Grande do Sul, com 29 casos, seguido do Paraná, com 17, e Mato Grosso, com cinco. Este ambiente deve elevar ainda mais a intensidade de aplicação de fungicidas, com a agravante de que os custos de produção já estavam mais elevados neste ano.


Fonte: Cepea. 24 de novembro de 2015.



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