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Frete US$46,00 mais barato


Quarta-feira, 14 de outubro de 2015 - 05h54

O produtor brasileiro de soja gasta, atualmente, para levar a produção da fazenda até o porto, em média, US$92,00 por tonelada, quatro vezes mais do que na Argentina e nos Estados Unidos, por conta da deficiência da logística nacional. Esse valor representa aumento de 228,0% em relação à década passada, quando a quantia gasta era de US$28,00 por tonelada. O desembolso é ainda maior, quando se avalia a realidade do sojicultor mato-grossense, que paga mais caro, roda mais e fica cada vez menos competitivo.


Um exemplo claro da carência de infraestrutura e logística no Brasil se refere à produção das novas fronteiras agrícolas, localizadas acima do paralelo 16 Sul, abrangendo parte do Centro-Oeste, Norte e Nordeste, situados no Corredor do Arco Norte. Estas regiões respondem por quase 60,0% da produção nacional de soja e milho, gerando excedente de 64 milhões de toneladas para exportação. Entretanto, a falta de hidrovias, ferrovias, rodovias e portos obriga os produtores a deslocarem suas safras até os portos do Sul e Sudeste. Os dados foram apresentados pelo consultor de Infraestrutura e Logística da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Luiz Antônio Fayet, na última quinta-feira (8/10).


Um produtor de soja de Sorriso- MT, por exemplo, precisa percorrer mais de dois mil quilômetros para levar sua produção até os portos do Sul e Sudeste. Até o porto de Santos, o custo ficaria em US$126,00 por tonelada. Por outro lado, se os portos de Belém ou Miritituba, no Pará, tivessem condições de operacionalização para receber a produção de Sorriso, o custo seria de US$80/tonelada, US$46,00 a menos. "Seria mais dinheiro no bolso do produtor", disse Fayet. No entanto, ressaltou, a recuperação da capacidade de operacionalização dos portos pode levar muitos anos. Se o incremento for de cinco milhões a cada ano, o país levaria de 18 a 20 anos para atender à atual demanda dos portos para exportação.


Ao apresentar dados sobre a logística brasileira, Fayet alertou que o alto custo do setor com o frete da sua produção reduz a competitividade do país para exportação. "Hoje, se um produtor de soja vende uma tonelada por US$450,00 para fora do país, ele já perde US$92,00 com o frete", afirmou. Segundo ele, um dos motivos deste custo é a falta de um sistema de logística compatível com a eficiência da produção "dentro da porteira". "Infelizmente nossos problemas fora da porteira nos prejudicam", lamentou.


Fonte: Canal do Produtor. Diário de Cuiabá. 13 de outubro de 2015



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