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Há produtores com 40,0% de perda na produção de café em Minas Gerais, diz FAEMG


Quarta-feira, 17 de setembro de 2014 - 09h30

O diretor da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (FAEMG) e presidente das comissões estadual e nacional de café, Breno Mesquita, não está tão otimista quanto o ministro da Agricultura, Neri Geller, em relação à quebra de safra 2013/14 de café devido à estiagem.


"Tenho conversado com produtores de Minas Gerais, São Paulo, e todos eles, de forma unânime, atestam ter perdas superiores a 30,0% de sua produção. Em algumas regiões de Minas Gerais, o porcentual ultrapassa 40,0%", disse Mesquita, após a abertura da Semana Internacional do Café 2014, no Expominas.


Segundo ele, não há, no momento, como mensurar os efeitos que a seca terá na safra da commodity de 2014/15. "Mas com certeza será sentido", disse. Mesquita não acredita que faltará produto no mercado, porque há estoques. Ele comentou que o recente movimento de alta dos preços do produto não compensa as perdas de produção.


"Hoje, o mercado está trabalhando na faixa de R$420,00 a R$450,00 a saca de boa qualidade. A perda em algumas regiões ultrapassa 40,0% e não consegue equilibrar. Além disso, ele (o produtor) não sabe o que vai colher no ano que vem", declarou.


Para Mesquita, a tendência é de que com a menor oferta nesta e na outra safra e demanda ainda aquecida, os preços busquem um patamar maior do que os atuais. O diretor da FAEMG disse ainda que políticas públicas, aliadas a uma boa gestão por parte do produtor, são fundamentais. "Já começamos a discutir com o Ministério e outros órgãos o que podemos fazer para amenizar a situação do produtor", informou.


Segundo dados da Secretaria de Estado da Agricultura, do Ministério, e da Organização das Cooperativas do Estado de Minas Gerais (OCEMG), o PIB do agronegócio mineiro é de R$150,00 bilhões e o café representa 47,0% das exportações do setor no Estado. Mais de 550 municípios, dos 853 de todo o estado, trabalham com café. As cooperativas do segmento em Minas somam 58 e o Estado é responsável por mais de 50,0% da produção nacional da commodity.


Preço do café ao consumidor deve ter novo reajuste este ano


O diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC), Nathan Herszkowicz, disse que a indústria deve reajustar o preço do produto ainda este ano. Segundo ele, que participa da Semana Internacional do Café 2014, no Expominas, enquanto a cotação da commodity subiu 80,0% em 2014, o repasse ao consumidor variou de 18,0% a 20,0%. Uma parte da indústria não teria sequer repassado o aumento.


"A indústria fez esse reajuste ao mesmo tempo em que a matéria-prima, que é o café em grão, avançou 80% no mercado internacional. Como o cenário dos preços do café é volátil, isso se traduz em um cenário de pressão para a indústria. Os aumentos virão na medida em que os custos pressionarem", declarou.


Ele não arriscou citar um porcentual de aumento, porque vai depender da intensidade de alta da cotação do grão. Mesmo com um novo reajuste, Herszkowicz informou que a ABIC mantém sua projeção de crescimento para volume vendido e receita para 2014.


"Não esperamos queda no consumo, porque o preço do café é compatível com o orçamento doméstico. O produto ficou muitos anos sem reajuste, enquanto a renda cresceu."


A receita da indústria do café nacional deve ficar em torno de R$8,00 bilhões, mesmo patamar de 2013, enquanto o volume pode aumentar 3,0%, passando de 20,30 milhões de sacas para 21,00 milhões de sacas.


"A receita pode até crescer um pouco mais, dependendo do quanto o preço será reajustado", completou.


Fonte: Estadão conteúdo. 16 de setembro de 2014.



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