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Saída da crise do arroz está na rotação de culturas


Terça-feira, 2 de setembro de 2014 - 09h20

Durante muito tempo o rizicultor foi vítima de sua própria eficiência. Depois de ter atingido níveis excelentes de produtividade, sofreu com uma baixa drástica do preço. Em 2011, o preço da saca de 50 quilos estava em torno de R$17,00, muito abaixo do preço de custo. Hoje os preços se recuperaram bastante, com a saca em torno de R$37,00 no mercado.


Mesmo com a melhora nos preços, o presidente do Instituto Rio-Grandense do Arroz (IRGA), Cláudio Pereira, alerta: o preço não está alto, em 2011 é que estava muito baixo. Pereira lembra que a crise da qual o setor vem se recuperando nos últimos três anos não é novidade para o setor, pelo contrário, tem sido recorrente.


- Há 25 anos nós tínhamos 650 indústrias de arroz no Rio Grande do Sul, hoje não passam de 250 e as 50 maiores beneficiam 70,0% do arroz gaúcho. Ou seja, ao longo da nossa história, não só o arrozeiro, mas a indústria também teve sua crise - aponta Pereira.


A solução? Para o presidente do IRGA está na rotação de culturas, que além de diversificar as fontes de renda dos produtores, ajuda a reduzir os custos de produção. Pereira diz que a crise do arroz está no modelo tecnológico, centrado na monocultura, que torna o produtor dependente do mercado e dos insumos. Uma vez que se tem muitos produtores plantando a mesma cultura na mesma época, o excesso de oferta do produto no mercado na mesma época deixa o produtor refém do mercado. Além disso, a monocultura dificulta o controle de plantas, insetos e fungos indesejados.


- Essa dependência total que faz com que plantas que antigamente não eram invasoras agora sejam. A rotação de culturas permite quebrar isso e ajuda a reduzir custo. Quem tem reserva de soja agora, por exemplo, não está preocupado com adubação, está com a terra pronta pra plantar arroz - aponta Pereira.


Para apoiar essa conversão tecnológica, o IRGA tem investido no desenvolvimento de novas variedades mais produtivas - quatro novas serão lançadas durante a Expointer - e também no desenvolvimento de variedades de milho, soja e sorgo adaptadas para o plantio nas áreas de várzea onde é plantado o arroz no Rio Grande do Sul.


- Milho é estratégico, é uma oportunidade de desenvolvimento de novos setores da agroindústria na Metade Sul do Estado. Se dominarmos milho, soja e sorgo nas terras planas, poderemos dar o grande salto para impulsionar a essa região.


Fonte: Canal Rural. 1 de setembro de 2014.



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