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Mercado de commodities já se preocupa com clima para lavouras de verão


Segunda-feira, 21 de julho de 2014 - 09h35

A projeção de uma supersafra de grãos nos Estados Unidos, combinada com os resultados das safras do último verão no Brasil e na Argentina, provocou um forte impacto nos preços das commodities agrícolas nas últimas semanas. Isso explica por que o Mercado de Commodities direcionou todas as expectativas para a questão do clima. Definidas as condições do inverno, as preocupações agora se voltam para a lavoura de verão, cujo plantio, em sua maioria, ocorre ainda na primavera.


Para a próxima safra o cenário climático, em geral, é um pouco diferente do observado na safra passada. No lugar da neutralidade do Oceano Pacífico Equatorial, agora teremos uma condição de águas aquecidas, indicativo de fenômeno El Niño. No entanto, devemos redobrar a atenção e ter cautela na interpretação dos efeitos do El Niño. Isso, porque as condições observadas em julho, assim como as projeções dos modelos de previsão climática confirmam um fenômeno de fraca intensidade e curta duração.


- Não podemos descartar a possibilidade de que essa fase de aquecimento não tenha intensidade suficiente para garantir a configuração plena do fenômeno, a exemplo do observado no segundo semestre de 2012 - explica o climatologista da Somar, Paulo Etchichury.


Essa condição de enfraquecimento das fases quentes do Oceano Pacífico, ou seja, inibição dos fenômenos El Niño, é comum nas fases frias da Oscilação Decadal do Pacífico (ODP). Neste momento, estamos vivendo uma fase fria, a média de duração de cada fase são 30 anos.


Mesmo assim, independente das condições e características do El Niño deste ano, ainda se pode esperar alguns impactos para o restante do inverno e para a primavera. Porém, o fato do fenômeno não ser forte, em geral diminui a sua importância e influência no clima para o verão 2015, cujo comportamento no Brasil varia muito de uma região para outra.


No Sul, o padrão de chuvas vai se manter até o final do inverno e início da primavera, garantindo boas condições de umidade do solo para o plantio da safra de verão. Para o Centro-Oeste, o risco está associado ao atraso no regime de chuvas que só deve se regularizar em meados de novembro. No Sudeste, no período da primavera se espera muita variabilidade no comportamento das chuvas, algo que só deve aumentar gradativamente no decorrer de outubro.


- No Nordeste, as condições se formam um pouco indefinidas, mas o El Niño tende a diminuir a escassez de chuvas entre fevereiro e março - explica o climatologista.


Estados Unidos


Nos Estados Unidos, o El Niño diminui os riscos de estiagens mais severas e prolongadas. Por outro lado, essa condição pode representar algum risco associado ao excesso de chuva na fase final das lavouras, entre agosto e setembro, que podem comprometer e atrapalhar o processo de colheita, principalmente das lavouras dos Estados produtores do norte do país, plantadas mais tarde. Mesmo assim, esse cenário não chega a representar um risco para a produção, ou quebra de safra.


Fonte: Agência Brasil. 18 de julho de 2014.



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