• Quinta-feira, 28 de março de 2024
  • Receba nossos relatórios diários e gratuitos
Scot Consultoria

Mormo pode comprometer esportes equestres nas Olimpíadas de 2016


Quarta-feira, 28 de maio de 2014 - 09h25

Em 2012 e 2013 foram registrados aproximadamente 190 casos de mormo no Brasil. As ocorrências colocam em alerta o mercado brasileiro e há risco de o país sofrer restrições às provas equestres durante os Jogos Olímpicos de 2016, que acontecerão no Rio de Janeiro. Animais da elite do hipismo mundial podem não vir competir nas olimpíadas. Na Europa e nos Estados Unidos, o mormo está erradicado.


Segundo cavalo é isolado em Mato Grosso com suspeita de mormo


De acordo com o secretário da Associação Brasileira dos Médicos Veterinários de Equídeos (ABRAVEQ), Neimar Roncati, estes casos comprometem não só a exportação de animais para o mercado exterior, mas a própria participação do Brasil em competições internacionais.


- A gente tem em agosto deste ano o Mundial de Equinos, que vai acontecer na França, na Normandia. Temos um problema sério para levar os animais para o país europeu porque nós somos um país que tem esta doença e eles restringem o envio de animais.


Nos equinos, o mormo não tem cura e os animais com a doença precisam ser sacrificados.


- É uma doença contagiosa, causada por uma bactéria, e pode ser facilmente transmitida tanto de animal para animal quanto de animal para o ser humano, por conta da disseminação de secreções nasais, de saliva, de secreções de feridas que se formam na pele - explica Roncatti.


Outras zoonoses


Casos de mormo em humanos são raros e não há registros no Brasil. A doença foi um dos temas abordados no congresso da ABRAVEQ, que aconteceu em Campos do Jordão neste final de semana. O congresso também discutiu a contaminação de profissionais com outras zoonoses, devido ao grande contato dos médicos veterinários com animais, como a doneça de lyme-símile.


O exame de sangue é uma das maneiras de se descobrir se a pessoa tem os anticorpos da bactéria causadora da doença de lyme-símile. Porém esta doença ainda é muito desconhecida e muitas pessoas podem ter contraído a bactéria e não sabem. Foi o que aconteceu com a veterinária Roberta Basile. Após ser picada por um carrapato, Roberta passou a sentir dor de garganta, nos músculos e de cabeça, além de febre baixa. Depois de algumas idas ao médico, pediu o exame para lyme-símile.


- Para o cavalo ela não é uma doença perigosa. Porém se o carrapato picar o cavalo e picar os funcionários, os veterinários, os proprietários, esses podem adquirir a doença e aí é que está o problema. Porque nos humanos ela é bastante severa e pode ser inclusive crônica - diz Roberta.


A médita veterinária fez tratamento com antibióticos e está curada. Se não tratada, a doença de lyme-símile pode evoluir para artrite.


Fernanda Mafra Cajú, outra médica veterinária que esteve no congresso, tem um hospital de cavalos em Pernambuco, e conta que já foi picada muitas vezes por carrapatos. Por isso, resolveu fazer a coleta para o exame da doença, que foi oferecido aos participantes do congresso da ABRAVEQ.


- Eu só conhecia a febre maculosa, que era uma das coisas que poderia ser passada pelo carrapato - diz Fernanda.


Pessoas que lidam muito com cavalos devem estar sempre atentas à região em que estão atuando. Se estão trabalhando com um cavalo que está muito infestado de carrapato, devem chegar em casa e fazer uma inspeção minuciosa para ver se não ficou nenhuma larva ou ninfa de carrapato, que são pequenas, escondidas em locais de difícil visibilidade.


Fonte: Canal Rural. 27 de maio de 2014.



<< Notícia Anterior Próxima Notícia >>

Buscar

Newsletter diária

Receba nossos relatórios diários e gratuitos


Loja