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Baixo consumo da indústria e estiagem provocam queda no preço do algodão na entressafra


Terça-feira, 29 de abril de 2014 - 09h03

O consumo menor por parte da indústria e a estiagem que castigou o país, fizeram com que o preço do algodão apresentasse queda na entressafra. O movimento nos primeiros quatro meses do ano vem causando surpresa no setor. A safra passada, reduzida a 1,30 milhão de toneladas, reforçou a tendência de valorização do produto.


O preço da libra/peso chegou a R$2,26 em janeiro. Segundo os produtores, o problema é que desde dezembro, a indústria vinha vendendo menos e não tardou para aparecerem os primeiros reflexos. Em menos de quatro meses o valor da libra/peso baixou para R$2,07.


- No último trimestre a indústria perdeu um pouco do poder de consumo em função de baixas vendas. O primeiro trimestre está sendo árduo e a econômica brasileira não ajuda. O setor industrial é o primeiro a sofrer este impacto. A indústria está consumindo de 10,0% a 15,0% menos. Se a gente tinha consumo de 75,0 mil toneladas por mês, deve estar 65,0 mil. Deu uma afrouxada no quadro de oferta e demanda. A indústria está comprando estritamente o necessário, não está formando estoque - salienta o coordenador de algodão da Associação Brasileira de Indústria Têxtil (ABIT), Alex Kurre.


A baixa do preço na entressafra, quando se esperava exatamente o contrário, é explicada pela situação da indústria. A taxa cambial acaba beneficiando a importação e a concorrência do produto asiático. A alta da energia aumentou de forma significativa o custo das empresas.


- Saímos de um preço de energia de R$120,0 e chegamos a R$800,0. Entre fiação e as tecelagens, a energia representa entre 15,0% e 30,0%. Dependendo do topo da indústria é um impacto bastante grande - destaca Kurre.


Segundo a ABIT, mesmo com estoques baixos a indústria consegue se manter por mais dois meses, até a entrada da próxima safra, que deve apresentar 300,0 mil toneladas a mais do que a passada.


- A área de plantio foi maior, pois Mato Grosso tinha plantado milho na safrinha e agora mudou para o algodão. A área deve ter crescido por volta de 30%. A expectativa é de uma safra de um 1,600 milhão toneladas. Este aumento de área vai refletir diretamente na exportação - afirma o presidente da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (ANEA), Marco Antonio Aluísio.


Segundo Aluísio, o problema para exportação é a variação da taxa cambial em torno de R$2,20, o que não favorece a venda para fora do país.


- Quem vai reger o preço vai ser a exportação. A tendência é que durante o pico da colheita os preços venham na paridade de exportação que, hoje, está abaixo dos preços. A tendência é ter um preço menor do que está hoje - diz.


Apesar dos preços mais baixos, os exportadores devem aproveitar o período entre os meses de junho e outubro.


- Com estoques baixos no Estados Unidos, um dos mais baixos dos últimos anos, existe uma possibilidade de escoamento do algodão brasileiro. Com certeza a exportação será o foco dos produtores e comerciantes nos meses de julho, agosto, setembro e até outubro, que é quando se tem um volume maior da safra norte-americana entrando. É quando começa a fechar o espaço pro algodão brasileiro - diz Kurre.


Fonte: Canal Rural. 28 de abril de 2014.



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