Agroindústria brasileira cai 0,2% em 2013, aponta IBGE

A agroindústria brasileira apontou variação negativa de 0,2% em 2013, após também recuar em 2012 (-0,6%), e mostrou resultado abaixo do assinalado pela indústria geral em 2013 (1,2%), todas as comparações foram feitas contra iguais períodos do ano anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os setores vinculados à agricultura (-1,3%), de maior peso na agroindústria, pressionaram negativamente, enquanto as atividades associadas à pecuária (0,7%), o grupo inseticidas, herbicidas e outros defensivos para uso agropecuário (3,9%) e o setor desdobramento da madeira (10,8%) apontaram os impactos positivos.

Em bases trimestrais, o total da agroindústria mostrou queda de 5,5% nos três primeiros meses de 2013, cresceu 6,4% no período abril-junho, e voltou a recuar no terceiro (-1,1%) e quarto trimestres do ano (-1,0%), todas as comparações contra iguais períodos do ano anterior.

A ligeira variação negativa da produção agroindustrial em 2013 deve-se, principalmente, à queda nos produtos industriais derivados da agricultura (-2,4%). Por outro lado, os principais impactos positivos em 2013 vieram de inseticidas, herbicidas e outros defensivos para uso agropecuário (3,9%), de desdobramentos da madeira (10,8%), de máquinas e equipamentos (16,1%) e de derivados de aves (11,1%).

Derivados da agricultura

O setor de produtos industriais derivados da agricultura recuou 2,4%, com taxas negativas em quatro dos oito grupos pesquisados. As contribuições negativas vieram dos derivados de soja (-8,5%), influenciados negativamente pela queda nas exportações de bagaços e outros resíduos da extração do óleo de soja e de óleo de soja em bruto, celulose (-2,5%), laranja (-16,1%), devido à redução da safra, e fumo (-7,4%), impactado pela queda nas exportações.

Em sentido oposto, os derivados de cana-de-açúcar avançaram 4,4%, impulsionados pela maior safra de cana-de-açúcar e pelo aumento da produção de álcool (16,5%). Vale citar ainda os avanços vindos de trigo (8,7%), milho (4,2%) e arroz (1,0%), explicados sobretudo pelo crescimento da safra.

Os produtos industriais utilizados pela agricultura cresceram 5,9% em 2013, impulsionados em grande parte pela expansão na fabricação de máquinas e equipamentos (16,1%), já que adubos e fertilizantes registraram avanço mais moderado (0,2%).

Derivados da pecuária

Os produtos industriais derivados da pecuária cresceram 2,3% em 2013, refletindo os avanços registrados pelos grupamentos de derivados de aves (11,1%), influenciado em grande parte pela baixa base de comparação, já que esse grupamento recuou 4,5% em 2012, e de couros e peles (6,3%), impulsionado principalmente pelo aumento da exportação.

Em sentido oposto, os impactos negativos vieram dos grupamentos de derivados da pecuária bovina e suína (-5,7%), pressionados pela queda nas exportações de suínos (principalmente para a Ucrânia, que decretou embargo às carnes suínas brasileiras), e do leite (-3,2%).

O setor de produtos industriais utilizados pela pecuária recuou 5,0% em 2013, influenciado tanto pela redução na produção de rações e suplementos vitamínicos (-3,5%), de maior peso no grupo, como pela queda de 13,4% assinalada por produtos veterinários.

Produção industrial geral

No indicador acumulado para o fechamento de 2013, o setor industrial nacional mostrou expansão de 1,2%, com predomínio de resultados positivos em termos regionais, já que 11 dos 14 locais pesquisados apontaram crescimento na produção.

Com avanços acima da média nacional figuraram Rio Grande do Sul (6,8%), Paraná (5,6%), Goiás (5,0%), Bahia (3,8%), Ceará (3,3%) e Santa Catarina (1,5%). Adicionalmente, Região Nordeste (0,8%), Pernambuco (0,7%), São Paulo (0,7%), Amazonas (0,7%) e Rio de Janeiro (0,1%) completaram o conjunto de locais com taxas positivas nos 12 meses de 2013.

Por outro lado, Espírito Santo (-6,7%), Pará (-4,9%) e Minas Gerais (-1,3%) assinalaram os resultados negativos no índice acumulado no ano.

Fonte: Rural BR. 7 de fevereiro de 2014.